A NASA divulgou uma imagem de Júpiter, no qual a superfície do planeta, coberta por nuvens e tempestades, remeteram a um rosto que lembra as obras do artista cubista Pablo Picasso. A foto, registrada a partir de um sobrevoo da nave Juno, foi divulgada na última segunda-feira (30).
A agência espacial norte-americana comentou em seu perfil na rede X dizendo: “OK. Eu gosto disso. Picasso! A #JunoMission capturou esta vista no extremo norte de Júpiter que lembra um retrato cubista exibindo múltiplas perspectivas. Apresentamos a imagem do @NASASolarSystem para você em 25 de outubro - no que teria sido o 142º aniversário de Picasso”.
O que formou o rosto
A foto produzida pela NASA ilustra a divisão do dia e da noite em Júpiter. A agência espacial norte-americana também salientou que a imagem retrata a chamada Jet N7 do quinto planeta do sistema solar, que corresponde à região norte, e nuvens de tempestade, que formaram os contornos do rosto
A captura da imagem foi produzida a uma distância de 7,7 mil quilômetros acima das nuvens do planeta gigante. A JunoCam, isto é, a câmera da nave Juno que sobrevoa Júpiter, realizou os registros do corpo celeste, que ficam disponíveis na internet.
A partir do registro, o cientista Vladimir Tarasov retocou a imagem, de modo que os dados fossem substituídos por representações visuais. Assim, obteve-se o rosto similar aos autorretratos do pintor cubista.
A imagem capturada de Júpiter se assemelha aos autorretratos realizados pelo pintor cubista Pablo Picasso (Foto: Reprodução/Pablo Picasso)
Porque enxergamos o rosto
A NASA informou que a característica humana de enxergar rostos ou padrões variados em superfícies inanimadas é comum e é chamada de pareidolia. Essa peculiaridade também é observada nos formatos das nuvens, que podem adotar o semblante de outras criaturas.
Essa característica é formada a partir da necessidade do cérebro humano de traduzir padrões para uma imagem já conhecida, como aponta o professor Marcelo Fernandes Costa, do Departamento de Psicologia Experimental da Faculdade de Psicologia da USP, no Jornal da USP: “Nossa percepção vai resolver coisas, ela faz isso o tempo todo. Esta é uma função ativa e involuntária que o nosso cérebro tem”, completa.
O professor continua dizendo que o cérebro não aprecia certas lacunas sensoriais e, por isso, a espécie humana se vê forçada a ressignificar aquele padrão em objetos já familiares.
Foto destaque: As núvens de tempestade e a divisa entre dia e noite do planeta Júpiter formaram um rosto similar às pinturas de Picasso (Reprodução/NASA)