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Microsoft divulga provas de campanha de fake news praticada pela China

Governo norte-americano já passou por problemas parecidos na mão de hackers russos durante 2016, que potencialmente afetaram a eleição de Donald Trump

08 Set 2023 - 18h08 | Atualizado em 08 Set 2023 - 18h08
Microsoft divulga provas de campanha de fake news praticada pela China Lorena Bueri

O amplo desenvolvimento da inteligência artificial tem resultado em benefícios palpáveis para o cidadão comum, principalmente com a popularização de assistentes baseados em IA que auxiliam os assalariados em seus empregos. Contudo, há uma onda de preocupação crescente quanto ao uso indevido dessa tecnologia por indivíduos com intenções nefastas.

Uso de IA pela China para afetar as eleições americanas

Na quinta-feira (07) desta semana, a Microsoft divulgou através da Reuters a descoberta de uma série de contas falsas em redes sociais que estão sendo controladas pela China, aparentemente com o intuito de influenciar eleitores americanos através do uso de uma inteligência artificial. 

A embaixada chinesa negou o envolvimento, com um de seus porta-vozes afirmando que acusar a China de usar a inteligência artificial para disseminar falsas informações nas redes sociais é “uma especulação de mal gosto e preconceituosa”, pois o país advoca pelo uso seguro e responsável da tecnologia.

Mesmo assim, a Microsoft mantém-se firme na convicção de que essas contas falsas possam fazer parte de uma operação de coleta de informação chinesa. Segundo a gigante de tecnologia, essa campanha de fake news é parecida com as atividades ilícitas de um grupo de elite dentro do Ministério de Segurança Pública da China, conforme reportado pelo Departamento de Justiça dos EUA.


O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, cuja eleição em 2016 foi supostamente afetada por uma campanha de fake news por hackers russos (Foto: Reprodução/Win MacNamee & Getty Images).


Essa certamente não é a primeira vez que as eleições dos EUA foram negativamente afetadas pelo envolvimento de terceiros. A Rússia já foi acusada pelo governo norte-americano de intervir e espalhar informações falsas pelas redes sociais durante o período eleitoral de 2016, contando também o envolvimento subsequente de países como a China e o Irã. As redes sociais afetadas pelo problema não foram divulgadas, mas através do relatório divulgado pela Microsoft, é possível inferir que tanto o Twitter (agora X) quanto o Facebook foram prejudicados.

Cientistas da Microsoft também utilizaram IA para identificar o problema

Segundo um porta-voz da Microsoft, os pesquisadores da companhia desenvolveram um modelo de atribuição multifacetado, que usou evidência técnica, comportamental e contextual para chegar a essa conclusão. A campanha de fake news também está sendo muito mais chamativa do que anteriormente era possível, já que os agentes chineses responsáveis por disseminar as informações falsas não precisam mais se prender apenas a colagens de fotos, desenhos digitais ou outros produtos de design gráfico manual. 

As contas identificadas tentaram se passar por indivíduos de origem americana ao listarem sua localização pública como se estivessem dentro dos EUA, além de estarem utilizando slogans políticos norte-americanos e compartilharem hashtags de drama político interno.

Foto destaque: Modelo de um cérebro "eletrônico" e estilizado com as cores da bandeira da China. Reprodução/Digital Crew

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