Um estudo recente encomendado à Dimensional Research pela ManageEngine, divisão da Zoho Corporation, trouxe à tona uma realidade preocupante: mais da metade das empresas brasileiras (54%) enfrentaram violações de segurança em 2023, em comparação com anos anteriores. Os resultados da pesquisa apontam para um cenário desafiador, onde a segurança cibernética se torna uma prioridade cada vez mais urgente para as organizações em território nacional.
Segundo o levantamento, o aumento significativo nas violações de segurança impactou diretamente as equipes de TI, com 66% dos entrevistados reportando um aumento no nível de pressão e estresse, o maior entre os países pesquisados. Este dado evidencia a crescente complexidade e sofisticação dos ataques cibernéticos enfrentados pelas empresas brasileiras.
Uma das descobertas mais intrigantes da pesquisa foi o papel da inteligência artificial (IA) nos ataques recentes. Cerca de 55% dos entrevistados brasileiros revelaram que a IA generativa (Gen IA) foi utilizada em ataques cibernéticos em 2023, um percentual ligeiramente superior à média de outros países (51%). Apesar disso, a grande maioria dos participantes (97%) acredita que a IA será fundamental na defesa contra esses ataques, destacando o potencial de dependência dessa tecnologia em soluções de segurança no futuro.
O uso de IA em ataques cibernéticos está em ascensão, mas também é considerada crucial na defesa contra esses ataques (Foto: reprodução/Divulgação/Getty Images Embed/Kirill Kudryavtsev)
Confiança nas IA
Outro dado relevante é o nível de confiança nas soluções de cibersegurança habilitadas por IA. Aproximadamente 90% dos entrevistados confiam nessas soluções para implementar mudanças apropriadas em suas defesas de segurança, sendo que mais de um em cada três empresas (38%) no país utilizam IA em todas as suas soluções de cibersegurança, o que representa o percentual mais alto entre os países pesquisados.
Apesar dos investimentos crescentes em conscientização e programas de treinamento em segurança cibernética, as empresas brasileiras continuam a enfrentar barreiras significativas na busca pela conformidade com as regulamentações de proteção de dados, tanto nacionais quanto internacionais. Embora uma maioria substancial de 81% dos entrevistados declare que suas empresas estão atualmente em conformidade, um olhar mais atento revela que uma fatia considerável de 14% reconhece a necessidade de intensificar seus esforços para alcançar esse objetivo até o final deste ano.
Dados
Os desafios para alcançar essa conformidade são diversos e multifacetados. Eles vão desde a adaptação aos requisitos específicos de cada setor de negócios, mencionados por 41% dos entrevistados, até a garantia de um controle eficaz na partilha de dados com parceiros externos, citada por 38% dos participantes. Além disso, cerca de um terço das empresas enfrentam dificuldades na elaboração de relatórios de conformidade, evidenciando a complexidade burocrática e técnica que permeia essa questão.
A pesquisa, intitulada "The State of Cybersecurity in LATAM 2024", entrevistou 705 profissionais de cibersegurança e líderes de TI que trabalham em organizações no Brasil, México, Colômbia e Argentina. Conduzida por meio de um painel online em janeiro deste ano, os resultados destacam a urgência de investimentos contínuos e estratégias robustas para proteger os sistemas e dados das empresas em um ambiente cada vez mais digital e vulnerável.
Foto Destaque: Monitor exibindo dados em uma tela (Reprodução/Divulgação/Unsplash/Mika Baumeister)