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Inspirado na Ucrânia, Pentágono investe na produção de drones de alto custo

O projeto Replicator dos Estados Unidos enfrenta desafios ao tentar igualar os seus drones aos modelos produzidos e utilizados pela Ucrânia no conflito contra a Rússia.

06 Dez 2023 - 16h30 | Atualizado em 06 Dez 2023 - 16h30
Inspirado na Ucrânia, Pentágono investe na produção de drones de alto custo Lorena Bueri

A vice-secretária de Defesa dos Estados Unidos, Kathleen Hicks, está acelerando o projeto Replicator, iniciativa cujo objetivo é produzir drones de pequeno porte e altamente capazes de forma rápida e a baixo custo. Esse feito pode ser fácil de realizar no setor comercial, mas não no âmbito militar. A principal dificuldade está no alto orçamento necessário para construir um dispositivo conforme o objetivo dos militares, capaz de passar por todas as etapas de certificação, teste e aprovação.

Projeto inspirado na Ucrânia

O recente confronto entre a Rússia e a Ucrânia serve como um exemplo da iniciativa. No conflito, ambos os lados utilizaram milhares de pequenos drones comerciais, como os Quadricópteros de consumo, de valor abaixo de US$ 2.000, desempenhando funções cruciais em táticas de reconhecimento, ajuste de fogo de artilharia e até no transporte de explosivos. Além disso, drones de corrida FPV, com custo de US$ 400, são frequentemente utilizados para bombardear tanques e outros alvos.

Recentemente, a Fundraisers United24, uma entidade ucraniana, exibiu fotos dos primeiros 800 produtos de um conjunto de 3.000 drones FPV produzidos internamente que serão despachados para a área de combate.

Os desafios de Hicks

A busca de Hicks para o projeto Replicator enfrentará um desafio considerável ao tentar igualar a sofisticação de alguns modelos produzidos na Ucrânia, os quais possuem o tipo de autonomia almejada pelo Pentágono.

No entanto, a vice-secretária se deparará com a resistência das práticas arraigadas nos EUA ao tentar replicar tal feito. Há alegações de que as equipes contratadas, por vezes, acrescentam elementos excessivamente caros aos produtos, seguindo a prática conhecida como “chapeamento de ouro”, visando aumentar o próprio lucro. Isso poderia ser considerado um eufemismo, considerando que alguns drones poderiam ser mais acessíveis se fossem feitos de ouro sólido.


De fabricação turca, o drone Bayraktar TB2 é usado pelos ucranianos. (Foto: reprodução/O Globo).


Manter os custos controlados é um desafio conhecido pela vice-secretária Hicks nos programas de drones. Para garantir contratos para o Replicator, os fornecedores devem demonstrar estratégias claras de contenção de custos durante o ciclo de desenvolvimento e fabricação.

Em novembro, o Exército publicou uma solicitação ligada ao Replicator, na qual pedia aos contratantes mais detalhes sobre a produção de um drone compacto com visão diurna e noturna, além de autonomia de 30 minutos, por um custo unitário inferior a US$ 3.000. O pedido divulgado se alinha aos valores dos drones disponíveis no mercado, porém, representa um valor excepcionalmente baixo para equipamentos militares.

 

Foto destaque: Inspirado na Ucrânia, Pentágono investe na produção de drones (Reprodução/Forbes)

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