Uma equipe de cientistas chineses fez um avanço na tecnologia de chips ao desenvolver “wafers dielétricos”, feitos de safira artificial. Considerada uma pesquisa inovadora, foi publicada na revista Nature no dia 7 de agosto e estabelece uma base crucial para o desenvolvimento de chips mais eficientes em consumo de energia.
Mudança de positiva
À medida que os equipamentos digitais diminuem, também é esperado que o desempenho seja superior. Porém, a miniaturização dos transistores tem apresentado desafios na manutenção de energia de forma eficiente.
Os materiais dielétricos normalmente funcionam como isolantes de chips, que tentam evitar seu aquecimento enquanto o aparelho é utilizado, mas sua eficácia é diminuída conforme a utilização. O aquecimento provoca um encurtamento da vida útil da bateria, justamente o que os cientistas chineses descobriram como evitar.
Os pesquisadores do Instituto de Microsistemas e Tecnologia da Informação de Xangai, da Academia Chinesa de Ciências, criaram wafers dielétricos de safira artificial, usando um processo de oxidação por intercalação. Segundo os cientistas, a safira artificial é idêntica à natural em termos de propriedade, como a cristalinidade e o isolamento.
Assim, a pesquisa desenvolveu alumínio monocristalino através da oxidação por intercalação, que diferiu dos materiais dielétricos amorfos comuns. A safira cristalina desenvolvida só será vazada em um nível muito baixo e não permitirá que os gadgets esquentem.
Na imagem vemos um chip completo, dentro dele estão os materiais dielétricos que isolam o calor gerado pela bateria, do processador (Foto/Reprodução/H_Ko/ Adobe Stock)
Indústria de chips chinesa
Apesar do alto investimento em semicondutores nos últimos anos, a China está a pelo menos 5 anos atrasada tecnologicamente em relação ao líderes globais da área. Segundo especialistas, o país tenta se tornar autossuficiente na produção de chips, e o “gap” para a indústria global está diminuindo.
É esperado que os novos polos de semicondutores chineses custem em torno de US$5 bilhões, para que o país consiga produzir chips de 5 nanômetros, tamanho mais produzido pela indústria norte-americana, por exemplo.
A descoberta de pesquisadores chineses pode ajudar muito na produção dos chips, criando um diferencial para as outras marcas, com uma vida útil de bateria maior em comparação com concorrentes. O avanço da tecnologia dos materiais dielétricos também ajuda nas aplicações em inteligência artificial e da Internet das Coisas(IoT).
Foto Destaque: Indústria chinesa é uma das mais avançadas do mundo (Reprodução/Olhar Digital)