Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da ONU, divulgado na segunda-feira (21), diz que a inteligência artificial (IA) provavelmente não assumirá os empregos da maioria das pessoas, mas ajudará a automatizar certas tarefas.
A IA generativa é capaz de produzir textos, imagens, sons, animações, modelos 3D e outros dados, que podem ser potencialmente usados para concluir ou aumentar determinadas tarefas. Com o sucesso do ChatGPT, a inteligência artificial recebeu mais destaque e, portanto, questões a respeito do impacto que a tecnologia pode ter nas atividades profissionais entraram em debate.
Inteligência Artificial e o trabalho
Em meio aos debates a respeito das desvantagens e vantagens da tecnologia no ambiente profissional, o estudo da OIT sugere que “a maioria dos empregos e indústrias está apenas parcialmente exposta à automação e, portanto, é provável que seja complementada em vez de substituída pela IA”
Portanto, é provável que o maior impacto dessa tecnologia não seja a destruição de empregos, mas sim as possíveis mudanças na qualidade dos empregos, principalmente na intensidade e na autonomia do trabalho.
A OIT calculou que 5,5% dos empregos em países de alta renda estão potencialmente expostos à automação por IA generativa, em comparação com 0,4% dos empregos em países de baixa renda.
A IA pode automatizar uma parte das funções do trabalho (Foto: reprodução/Pixabay)
Trabalho administrativo ameaçado
No entanto, o estudo descobriu que o trabalho de escritório foi a categoria com maior exposição tecnológica, com quase um quarto das tarefas consideradas de alta exposição e mais da metade das tarefas de média exposição. Isso afetaria particularmente as mulheres, especialmente nos países mais ricos, dada a super-representação feminina neste setor.
Em outros grupos ocupacionais – incluindo gerentes, profissionais e técnicos – apenas uma pequena parcela das tarefas foi considerada altamente exposta, enquanto cerca de um quarto apresentou níveis médios de exposição.
“Para os formuladores de políticas, nosso estudo não deve ser lido como uma voz calmante, mas sim como um apelo para aproveitar as políticas para lidar com as mudanças tecnológicas que estão sobre nós”, disse a OIT.
Os autores observam que os resultados da transição tecnológica não são pré-determinados, “são os humanos que estão por trás da decisão de incorporar tais tecnologias e são os humanos que precisam guiar o processo de transição”. Por fim, eles defendem a necessidade de formular políticas que apoiem uma transição ordenada, justa e consultiva.
Foto destaque: IA automatiza trabalho em vez de assumir empregos. Reprodução/Pixabay.