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Hominídeos de "cérebro pequeno" tinham comportamentos mais complexos do que inicialmente acreditado, aponta estudo

Os restos mortais da espécie foram descobertos em um sistema de cavernas na África do Sul em 2013 e desde então tem sido extensamente analisadas para ajudar no entendimento da humanidade como espécie

07 Jun 2023 - 17h00 | Atualizado em 07 Jun 2023 - 17h00
Hominídeos de 'cérebro pequeno' tinham comportamentos mais complexos do que inicialmente acreditado, aponta estudo Lorena Bueri

Através de resquícios arqueológicos encontrados em um sistema de cavernas na África do Sul, pesquisadores descobriram evidências de que indivíduos de uma espécie humana arcaica já enterravam seus mortos e esculpiam em paredes muito antes de tais práticas serem adotadas pela humanidade moderna. 

A espécie, que foi nomeada Homo naledi e inicialmente revelada ao conhecimento público em 2015, é distinta pelo tamanho de seu cérebro, que era cerca de dois terços menor do que o cérebro de um humano moderno. 

Essa revelação tem o potencial de mudar completamente o entendimento da evolução humana, já que até então tais comportamentos tidos como mais desenvolvidos só foram associados ao Homo sapiens e aos Neandertais, ambos dotados de cérebros maiores. 

Os resultados da pesquisa estão detalhados em três estudos publicados na revista eLife. Os papers relevantes também estão disponíveis no repositório online BioRxiv, que publica artigos científicos voltados para o campo da Biologia. 

O sistema de cavernas Rising Star, na África do Sul, revelou o primeiro conjunto de fósseis pertencentes ao Homo naledi durante escavações que ocorreram em 2013. Ele faz parte do Berço da Humanidade da África do Sul, que consta como um Patrimônio Mundial pela UNESCO, abrangendo um território onde cientistas encontraram fósseis de diversas espécies ancestrais da humanidade; esses restos mortais são imperativos para ajudar a desvendar o nosso passado. 


Conjunto esquelético do Homo naledi descoberto através das escavações na África do Sul (Foto: Reprodução/John Hawks)


Auxiliado por sua equipe, o doutor Lee Berger, paleoantropólogo de renome, trabalhou no extenso e perigoso sistema de cavernas para poder melhor compreender os extintos hominínios, nossos antigos ancestrais. 

Os restos mortais de adultos e crianças Homo naledi, descobertos dentro de depressões na caverna e cobertos de terra, em posição fetal, são o último achado da equipe de Berger. Esses sepultamentos são mais antigos do que qualquer outro realizado por Homo sapiens em nossos registros, com uma diferença gritante de mais de 100 mil anos entre eventos. 

Durante a identificação dos sepultamentos nas cavernas, os pesquisadores também descobriram alguns símbolos gravados nas paredes rochosas. Eles datam de 241 mil a 335 mil anos atrás. Contudo, novos testes devem ser capazes de oferecer uma datação mais acurada. 

Os símbolos descobertos contam com desenhos esculpidos na rocha à semelhança de cruzes, jogos da velha e outras formas geométricas. Símbolos parecidos encontrados em outros sistemas cavernosos foram esculpidos por neandertais há 60 mil anos e pelo Homo sapiens há 80 mil anos atrás. No campo científico relevante, há consenso de que essas marcações eram usadas como forma de registrar e compartilhar informações. 

De acordo com Berger, autor principal de dois dos estudos publicados na eLife e coautor do terceiro, esses achados recentes sugerem práticas de sepultamento intencionais, bem como sinalizam a imposição de significado aos símbolos gravados pelo Homo naledi. Há evidência de que a espécie relacionada aos humanos modernos, mesmo sendo dotada de um cérebro pequeno, tinha costumes complexos em relação à morte. Portanto, seres humanos não podem somente ser considerados únicos no desenvolvimento de práticas simbólicas, como também é possível que nem mesmo tenham inventado tais comportamentos.

Foto destaque: Paleoantropólogo e pesquisador Lee Berger segurando o crânio restaurado de um hominídeo (Foto: Divulgação/Lee Berger)

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