Nessa sexta-feira (12), o Google emitiu um comunicado em uma publicação de blog, informando que vai deixar de exibir links de jornais e sites de notícias em suas ferramentas de busca, para uma pequena porcentagem de usuários na Califórnia, Estado Unidos. A decisão seria uma resposta ao projeto de lei em formulação, intitulado como “Preservação ao Jornalismo da Califórnia” (que em inglês possui a sigla CJPA).
A remoção dos links para os sites de notícia funcionará como um teste de curto prazo voltado especialmente aos sites cobertos pela CJPA, para medir o impacto da legislação na plataforma e até que se tenha "clareza sobre o ambiente regulatório da Califórnia”, conforme informado no comunicado da empresa.
Placa do Google afixada em frente a um escritório da empresa na Califórnia (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Justin Sullivan)
O projeto CJPA foi apresentado no ano passado e prevê uma remuneração aos veículos jornalísticos por parte das empresas de tecnologia. Para o Google, no entanto, a adoção dessa medida seria uma “abordagem errada para apoiar o jornalismo”. Além disso a empresa destacou que com a medida, pode-se criar “um nível de incerteza empresarial que nenhuma empresa poderia aceitar”.
Preservação ao Jornalismo da Califórnia (CJPA)
A Preservação ao Jornalismo da Califórnia foi aprovada pela Assembleia da Califórnia em junho do ano passado e é analisada pelo senado do estado. As big techs de modo geral, não concordam com a implementação da lei.
Por outro lado, os apoiadores da CJPA argumentam que as empresas de mídia atualmente atraem os usuários com notícias e acumulam o dinheiro da publicidade digital, sendo que esse valor poderia ser repassado as redações dos veículos.
Reação das big techs com a CJPA (Vídeo: reprodução/Youtube/Jornal da Record)
Posicionamento da empresa
Na publicação do blog realizado nessa sexta-feira (12), o vice-presidente de parcerias de notícias globais do Google, Jaffer Zaidi, afirmou que essa não seria uma abordagem correta para apoiar o jornalismo e definiu a medida como um “imposto de link”, que exige que a empresa pague para conectar californianos a artigos de notícias. “Se aprovado, a CJPA pode resultar em mudanças significativas nos serviços que podemos oferecer aos californianos e ao tráfego que podemos fornecer aos editores da Califórnia”, disse o vice-presidente.
Zaidi destacou ainda que quando uma pessoa encontra as notícias, o Google ajuda editores de todos os tamanhos a aumentar seu público, sem custo algum para esses. Com a CJPA esse modelo seria derrubado. Para ele, a medida seria favorável aos conglomerados da mídia e aos fundos de hedge, que poderiam continuar comprando jornais locais com os fundos adquiridos por meio da CJPA.
Aplicativos do Google (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ Chesnot)
O representante da empresa argumentou também que as pequenas editoras ficariam em desvantagem e que o público perderia o acesso a um sistema de mídia mais diversificado. “Temos nos envolvido com editores e legisladores da Califórnia durante todo o processo legislativo e propusemos alternativas razoáveis e equilibradas à CJPA”, disse Zaidi, que defende a ideia de que o projeto de lei precisa garantir os princípios da web aberta, para que todos os editores de notícia possam se conectar com as pessoas gratuitamente.
Foto destaque: nome do Google transmitido em um celular (reprodução/Anadolu Agency via Getty Images Embed/ Didem Mente)
