Estudos recentes apontam a presença de geleiras nas regiões polares de Mercúrio, desafiando a visão tradicional de um planeta inóspito devido à sua proximidade com o Sol. Cientistas da NASA revelam que essas geleiras, compostas principalmente de sal, podem indicar ambientes propícios à vida, abrindo novas possibilidades na astrobiologia.
Nichos habitáveis em Mercúrio
A pesquisa, parcialmente financiada pelo Programa de Trabalhos do Sistema Solar (SSW) da NASA, foi liderada por Alexis Rodriguez e publicada no Planetary Science Journal. As condições encontradas pelos pesquisadores são muito semelhantes à ambientes extremos da Terra, como o deserto do Atacama, no Chile. A dimensão dessa possibilidade amplia nossa compreensão dos parâmetros ambientais que poderiam sustentar a vida, relatou o principal autor.
Rodriguez enfatiza a importância da descoberta, ampliando a compreensão dos parâmetros ambientais que poderiam sustentar a vida. A possibilidade de que as geleiras tenham se formado a partir do fluxo de sal, originado de profundidades abaixo da superfície, sugere uma nova perspectiva sobre a habitabilidade de planetas similares a Mercúrio. Essa descoberta propõe a existência de "nichos habitáveis" vários quilômetros abaixo da superfície do planeta mais próximo do Sol.
Planeta mais próximo do Sol pode conter vida (Foto: reprodução/Instagram/@nasa)
Desafios às teorias anteriores
A teoria de que essas geleiras se formaram a partir do fluxo de sal, originado de profundidades abaixo da superfície, desafia interpretações anteriores sobre a história geológica do planeta, que sugeriam que as geleiras poderiam ser resultado da água liberada por vulcões.
Embora menos comuns do que as geleiras de gelo, as geleiras de sal podem ser encontradas na Terra, em locais como a Cordilheira de Zagros, no Irã. Ambas são originadas a partir de voláteis, que são substâncias que têm a capacidade de evaporar facilmente.
Até então considerado inóspito devido à sua proximidade com o Sol, Mercúrio agora surge como um candidato intrigante para ambientes potencialmente habitáveis, expandindo as fronteiras da astrobiologia e desafiando as expectativas científicas.
Foto destaque: possibilidade de vida em Mercúrio. (Reprodução/Site/NASA)