Até onde sabemos, os pterossauros são os répteis voadores mais antigos do mundo, tendo suas arcadas fossilizadas descobertas em inúmeros locais ao redor do globo, principalmente em regiões das Américas e na Ásia, com alguns poucos sendo descobertos ao longo do continente europeu. Na última quarta-feira (31), entretanto, pesquisadores constataram que esses dinossauros já alçaram vôo pela Austrália, mais de 107 milhões de anos atrás.
Examinando dois pedaços de ossos pré-históricos extraídos de um local chamado Dinosaur Cove, rico em fósseis e outros achados arqueológicos, no estado australiano de Victoria à cerca de três décadas atrás, os paleontólogos foram capazes de chegar a essa conclusão.
Tais amostras se tratam dos restos mortais de pterossauros mais antigos já recuperados no território do país, segundo o estudo publicado na revista científica History Biology.
O pterossauro foi o primeiro vertebrado a desenvolver a capacidade de voar, vivendo junto dos dinossauros da Era Mesozóica, que teve início cerca de 252 milhões de anos atrás.
Através da análise dos ossos de dois espécimes, incluindo um osso da asa que pertenceu ao primeiro pterossauro jovem registado na Austrália, especialistas da Curtin University e do Museums Victoria descobriram que um pedaço do osso da pelve veio de um pterossauro com uma envergadura de potencialmente um pouco mais de dois metros. Alguns dos pterossauros já estudados, mais velhos em idade, chegavam a alcançar dez metros de envergadura.
Esses espécimes foram descobertos, como acima mencionado, através de uma escavação em Dinosaur Cove durante a década de 80, que foi comandada pela dupla de paleontólogos Tom Rich e Pat Vickers-Rich, que também fizeram parte do Museums Victoria.
Arcada fossilizada de pterossauro em exibição (Foto: Reprodução/ZMEScience)
Em comunicado, a autora principal do estudo publicado na quarta-feira, Adele Pentland, da Curtin University, informou à CNN que a descoberta do estudo mostrou que tais criaturas sobrevoavam a Austrália dezenas de milhões de anos atrás, apesar de viverem no período Cretáceo, que é conhecido por suas duras condições de vida; Victoria, por exemplo, tinha de aguentar escuridão perpétua durante longas semanas.
"A Austrália ficava mais ao sul do que hoje em dia", disse a pesquisadora. Segundo ela, o local onde os espécimes foram descobertos estaria mais próximo do círculo polar, na época.
Desde a década de 1980, menos de 25 conjuntos de restos fossilizados de pterossauros pertencentes a quatro espécies foram descobertos na Austrália, informou Adele. Em contraste, locais como Brasil e Argentina, contam com mais de 100 conjuntos que foram recuperados ao longo dos anos.
Foto destaque: Imagem de reconstrução da espécie feita por artista (Foto: Reprodução/Xinhua Photo)