Estava pronto para ser lançado neste sábado um foguete da SpaceX que carregava um telescópio orbital construído com o objetivo de lançar luz sobre misteriosos fenômenos cósmicos. Conhecidos como energia escura e matéria escura, esses fenômenos são forças invisíveis que cientistas afirmam representar 95% do universo conhecido.
O telescópio chamado Euclides - homenageando o antigo matemático grego chamado de “pai da geometria” -, da Agência Espacial Europeia (ESA), estava dentro do compartimento de carga de um foguete Falcon 9 com previsão de decolagem para 12h (horário de Brasília), aproximadamente. O lançamento ocorreu na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.
A missão projetada para durar pelo menos seis anos, com um investimento de 1,4 bilhão de dólares, tem como expectativa novos conhecimentos que transformem a astrofísica e, talvez, a compreensão da própria natureza da gravidade.
Lançamento do Telescópio Euclides (Vídeo: reprodução/UOL)
Correndo tudo como planejado, Euclides será lançado, após uma curta viagem ao espaço, para uma jornada de um mês até seu destino em órbita solar. Com uma distância de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, está uma posição de estabilidade gravitacional entre o nosso planeta e o Sol, esse lugar é chamado de Ponto Dois de Lagrange (ou L2) e é o destino do telescópio.
Desse momento em diante, Euclides deve explorar a evolução do que os astrofísicos chamam de “universo escuro”. Valendo-se do telescópio de grande angular, ele vai pesquisar galáxias distantes, até 10 bilhões de anos-luz da Terra, em uma imensa extensão do céu além da própria Via Láctea.
Para medir com precisão as distâncias que as galáxias estão, a espaçonave de duas toneladas também está equipada com instrumentos projetados para medir a intensidade e os espectros da luz infravermelha.
As possibilidades da missão são um reflexo da enormidade que é a investigação do Euclides. Afinal, os cientistas estimam que a energia escura e matéria escura juntas constituem 95% dos cosmos, enquanto o que podemos ver, a matéria comum, representa apenas 5%.
Foto Destaque: Telescópio Euclides. Reprodução/Época Negócios