De acordo com um estudo realizado pela Microsoft nos últimos oito anos, a procura por profissionais hábeis em inteligência artificial quadriplicou nos últimos anos. Os dados contam que 31 mil profissionais de 31 países foram questionados sobre suas visões sobre o desenvolvimento da IA e o atual cenário tecnológico, mais da metade dos líderes executivos responderam que a sobra de vagas de profissionais por falta de talentos em tecnologia de IA é a maior preocupação.
Este estudo não mostra uma imagem positiva ao Brasil onde a falta de profissionais capazes é um problema presente e pode piorar, de acordo com um estimativa feita em 2021 pelo Brasscom, o Brasil teria um déficit anual de 106 mil funcionários até 2025. No mesmo relatório da Microsoft, se chega a conclusão que não só haverá indisponibilidade de profissionais novos para empresas em procura, mas que atualmente 58% dos líderes brasileiros já despedem tecnólogos sem conhecimento em IA.
Capacitação como solução para o mercado
O caminho para resolver o problema seria o investimento em educação na área. Em julho deste ano, o Ministério da Educação decidiu investir até 817 milhões para criar cursos de graduação, fomento para pesquisas e melhorias, bolsas de pós-graduação, etc. Para quem mostrar interesse na área, já existem cursos de aprendizado básico e de grau profissional em inteligência artificial. Alguns exemplos são Faculdade XP, Santander, Vivo e Amazon que recentemente investiram na área.
A Faculdade XP lançou um curso MBA em Inteligência Artificial para executivos que procuram integrar IA em seus negócios, com a visão de que esta tecnologia é essencial não só para profissionais de tecnologia e deve ser aprendida por líderes e profissionais de diversos ramos. O curso é completo com aulas ao vivo ou gravadas, encontros marcados com professores contratados em grandes empresas e experientes com a IA, videocasts com experts vindos de empresas como Google e Microsoft e mais de 7.000 artigos sobre IA em uma biblioteca gratuita. O certificado Lato sensu do curso é chancelado pelo Ministério da Educação.
Em uma entrevista com o portal INFOMONEY, Diogo França, CTO e head de produtos divulgados pela XP Educação, declara: “A inteligência artificial traz uma transformação estrutural em todos os setores”. O executivo revela o foco do momento: “O desafio é formar esses profissionais com a expertise necessária para usar a tecnologia de forma estratégica e eficiente no dia a dia das empresas”, França então conclui: “A resposta para essa lacuna observada atualmente está em uma educação prática e direcionada.”
O Santander decidiu fazer parceria com o Google para criar o workshop “Inteligência Artificial e Produtividade”, o curso é para alunos maiores de 16 anos, tem duas horas de duração e está disponível em três idiomas: Português, Inglês e Espanhol.
A fundação educadora de ensino em capacidades tecnológicas, Dio, se uniu com a operadora Vivo para criar um curso de 67 horas de duração e oferecer 10 mil bolsas para universitários brasileiros nos cursos de aprofundamento em programação back-end na linguagem Python e os fundamentos de IA para desenvolvedores de software. As inscrições se encontram encerradas.
A Amazon está sendo outra parceira da Dio no programa Talento na Nuvem e irá fornecer 40 mil bolsas de estudo para tecnologia. A aliança procura educar mais de 100 mil pessoas no Peru e Brasil até o prazo de 2025.
A posse de habilidades com IA está se tornando essencial atualmente (Foto: reprodução/icloudseven.com)
Lucro que advém com a habilidade
Com a junção da inteligência artificial ao essencial para o profissional, a promessa de manter o emprego e de um salário alto são dois grandes motivadores.
A consultoria Michael Page diz que cargos envolvidos em IA podem variar seus salários entre R$ 15 mil e R$ 32 mil. Segundo Mario Maffei, gerente da consultoria de recursos humanos Michael Page: “Esses salários altos, que devem continuar crescendo, se justificam pelo impacto estratégico que a tecnologia está gerando nas empresas”, Maffei finaliza: “Há uma demanda crescente por profissionais em diversos setores, não apenas em tecnologia, mas também no varejo, saúde, transporte, entre outros.”
A companhia então exemplifica que: um especialista em cibersegurança que saiba utilizar a tecnologia, pode custar de R$ 18 mil a R$ 24 mil para as empresas. Uma faixa salarial igual aos engenheiros com habilidades em automação inteligente e machine learning, e há os cientistas de dados que lucram entre 15 mil e 21 mil.
Foto Destaque: Tecnologia que auxilia no mercado de trabalho e na educação humana (Reprodução/educacaoeprofissão.com.br)