Quando se trata de energia nuclear, o primeiro episódio que ocorre na mente do leitor é o acidente de Chernobyl em 1986, na Ucrânia Soviética. Contudo, os anos de pesquisas e evolução da tecnologia apontam para uma nova perspectiva do uso desse recurso.
Ano passado, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), foi discutido sobre o uso da energia nuclear como ferramenta no combate ao aquecimento global. "Não é uma panaceia, pode não ser para todos, mas já fornece mais de 25% da energia limpa. Sem ela, não teremos sucesso", disse Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica.
Para entender melhor as motivações que levam a crença na energia nuclear, Claudio Geraldo Schön, professor e representante do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da USP, relata que a energia nuclear provém da fissão nuclear – sendo o processo onde o núcleo de urânio é bombardeado por nêutrons e dividido em núcleos menores, produzindo nêutrons em excesso. Dessa maneira, é gerada uma reação em cadeia, o átomo de urânio é dividido no reator produzindo novos nêutrons, e, a partir da produção, outro átomo pode ser fissionado. Conforme a divisão dos átomos de urânio, é liberada uma energia que, posteriormente, é transformada em calor.
STF libera a produção de energia nuclear na Paraíba (Foto: Reprodução/Potliticaetc)
“A grande diferença entre uma usina nuclear e uma usina termoelétrica está justamente no fato de que se deve ter cuidado com os produtos radioativos gerados na reação de fissão”, pontua Schön.
Seguindo um modelo diferente de outros países que utilizam energia nuclear, o Brasil produz o seu próprio urânio em Caetité (BA). O professor pontua que é dominado todo o processo de processamento do combustível, e com devido investimento, será possível tornar o país autossuficiente para produzir e processar o próprio combustível, e gerando um grande diferencial de produção de energia para o Brasil.
Foto Destaque: Energia nuclear. Reprodução/Shutterstock.