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Em investigação, Meta é acusada de ignorar a saúde mental de jovens em prol do lucro

Mark Zuckerberg, dono da empresa, também foi mencionado nos documentos, pedindo aos seus funcionários que priorizassem o engajamento acima de quaisquer riscos aos usuários

27 Nov 2023 - 17h18 | Atualizado em 27 Nov 2023 - 17h18
Em investigação, Meta é acusada de ignorar a saúde mental de jovens em prol do lucro Lorena Bueri

A segurança infanto-juvenil em redes sociais já é um ponto de discussão acalorado entre os órgãos reguladores há algum tempo, principalmente com o índice cada vez maior de crianças ou adolescentes que se encontram em condições comprometedoras e prejudiciais por conta da liberdade que aplicativos como o Instagram, TikTok, X e outros, conferem aos usuários. 

Recentemente, algumas dessas plataformas começaram a tomar medidas para cessar ou ao menos diminuir a proliferação do abuso de vulnerável na internet, mas nem todas elas são completamente benignas em suas interações com os jovens. 

Meta causa polêmica

A Meta, dona de grandes plataformas de mídia social como o Instagram e o Facebook, recentemente foi acusada pelo Wall Street Journal (WSJ) por deliberadamente abusar de práticas desenvolvidas justamente para atacar e se aproveitar das vulnerabilidades de adolescentes e pessoas mais jovens, conforme mostra uma série de documentos incriminatórios divulgados pela agência de notícias. 

Os documentos fazem parte de uma investigação conjunta envolvendo 41 estados norte-americanos, que estão prestando queixas e acusações gravíssimas quanto à má índole da empresa. Segundo os dados adquiridos através desse processo investigativo, a Meta teria deliberadamente desenvolvido produtos que são prejudiciais à saúde mental e física dos jovens usuários de suas plataformas, principalmente por promoverem práticas viciantes.


Pessoas trocando QR Code de amizade no Instagram (Foto: reprodução/New York Times/Jasmine Clarke)


Uma das provas mais incriminadoras anexadas à investigação são os detalhes de uma reunião feita pela alta cúpula da empresa, em 2020, onde consta que alguns dos produtos da Meta são desenvolvidos justamente levando em consideração as vulnerabilidades de um adolescente que, conforme descrito, seriam: predisposição a atos impulsivos, pressão de amigos e colegas e a comportamentos arriscados e/ou prejudiciais. 

Alguns dos produtos e serviços da Meta são, portanto, desenvolvidos com o objetivo de estimular o cérebro dos usuários adolescentes com doses significativas de dopamina (substância neurotransmissora que é responsável pela sensação de prazer), através de uma metodologia fria e que desconsidera completamente os efeitos negativos que isso pode trazer aos jovens, conforme consta nos documentos. 

Vale ressaltar que a investigação aponta essa como uma das intenções da empresa, mas nem todos os funcionários concordam com essa metodologia. Por exemplo, Karina Newton, Chefe de Política do Instagram, expressou preocupação em um e-mail de 2021 a respeito dos efeitos que a rede social pode causar na mente de jovens em formação, afirmando que é um medo presente não apenas nos detratores da rede social, mas também de investigadores legais, pais, e especialistas acadêmicos.

Meta não concorda com as acusações

A dona do Facebook negou todas as acusações. De acordo com Stephanie Otway, porta-voz da Meta, as provas são inteiramente circunstanciais, utilizando de documentos escolhidos arbitrariamente e citações seletivas que, por sua vez, criam uma visão errônea das intenções da empresa. 

Contudo, algumas das provas são bastante convincentes. Em um dos documentos, o nome de Mark Zuckerberg aparece ao instruir alguns de seus funcionários a aumentar a porcentagem de uso das plataformas da empresa por quaisquer meios necessários, mesmo que sejam prejudiciais aos usuários — apesar de avisos vindos de alguns dos próprios encarregados a cumprir essa tarefa. 

Os documentos também mostram que a Meta aparentemente ignorou a criação de contas indevidas tanto do Facebook e do Instagram por pré-adolescentes abaixo da faixa etária mínima requerida pelos órgãos regulatórios. E não apenas isso, os relatórios divulgados pela WSJ indicam que a empresa destacou a utilização de suas plataformas por grupos entre de crianças entre 11 e 12 anos como algo significativo; nos Estados Unidos, acredita-se que as redes sociais de propriedade da Meta tenham pelo menos 4 milhões de usuários pré-adolescentes. 

A investigação ainda não foi concluída e os resultados das acusações são incertos, mas a questão ética das práticas da Meta levanta uma preocupação importante tanto para os pais desses adolescentes quanto para os órgãos regulatórios responsáveis, gerando grande discussão na internet.

Foto destaque: Homem segurando celular com logo da meta exibido na tela (Reprodução/REUTERS/Dado Ruvic)

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