Em uma medida surpreendente, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei destinado a proibir o uso do popular aplicativo de compartilhamento de vídeos, TikTok, a menos que o mesmo corte laços com sua matriz chinesa, ByteDance, e com a China. Esta medida, que contou com o apoio de 360 legisladores e apenas 58 votos contrários, representa um raro momento de unidade bipartidária, especialmente em meio à fervorosa campanha eleitoral.
O TikTok, conhecido por sua enorme base de usuários, principalmente entre os jovens, enfrenta assim a sua mais significativa ameaça até o momento. Contudo, seu destino no Senado permanece incerto, já que algumas figuras-chave se opõem a uma ação tão drástica contra o aplicativo.
Com uma matriz chinesa, o TikTok há muito tempo é alvo de preocupação para os Estados Unidos e outros países, que temem que a plataforma possa ser utilizada por Pequim para vigilância e manipulação dos seus aproximadamente 170 milhões de usuários americanos.
O presidente Joe Biden está pronto para sancionar a legislação, intitulada oficialmente como Lei de Proteção dos Estados Unidos contra Solicitações Controladas por Adversários Estrangeiros, após sua aprovação em ambas as câmaras legislativas, conforme anunciado pela Casa Branca.
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei para banir o TikTok, a menos que corte laços com a ByteDance e a China (Foto: reprodução/ Getty Images Embed/ Antonin Utz)
A lei exige que a empresa matriz do TikTok, ByteDance, venda a plataforma dentro de 180 dias para uma empresa local. Caso contrário, o aplicativo será removido das lojas virtuais de gigantes como Apple e Google nos Estados Unidos. Além disso, ela concederia ao presidente o poder de designar outros aplicativos como uma ameaça à segurança nacional caso estejam sob controle de um país considerado adversário dos EUA.
Embora os promotores do projeto argumentem que não se trata de uma proibição do TikTok, desde que a empresa se desassocie da ByteDance, a China reagiu fortemente, alertando que a medida poderia ter consequências negativas para os EUA.
Foto Destaque: Capitólio norte-americano (Reprodução/Divulgação/Reuters/Leah Millis)