Empresas que demitiram em massa no setor de tecnologia afirmam que a redução de custos foi uma das razões para os cortes de pessoal na área. No entanto, o Diretor de Proteção de Dados (DPO) do Grupo Skill, Diogo Fernandes, argumenta que o método conhecido como "economia burra" é ineficaz.
Para Fernandes, a economia inicial gerada pelas demissões em massa irá ser um problema no futuro. (Foto: Reprodução/Istock)
Isso porque economiza custos no curto prazo, mas acarreta em gastos ainda maiores no futuro. Sendo o conhecido “barato que sai caro".
"Com o passar do tempo, é esperado que falhas e interrupções comecem a acontecer. A internet fica indisponível por 30 minutos hoje, o sistema fica instável por uma hora amanhã, e assim vai", exemplifica Fernandes.
Além disso, Fernandes enfatiza que a economia inicial é invalidada pela instabilidade da infraestrutura e a improdutividade resultante, que se acumulam ao longo do tempo. Ele menciona que cortes em TI podem ser tentados para economizar, já que é caro ter um especialista em cada uma das áreas do setor. Entretanto, uma alternativa é a contratação de soluções especializadas para economizar recursos e garantir a produtividade.
Fernandes explica que atualmente há empresas que oferecem um pacote completo de infraestrutura como serviço, contando com especialistas em todas as áreas, eliminando as preocupações das organizações com instabilidades e evitando gastos excessivos com contratações.
João Zanocelo, co-fundador e chefe de produto da BossaBox, destaca que demitir não resolve necessariamente os problemas das empresas de tecnologia. Além da redução de custos, há outros desafios relacionados à área de tecnologia e produto. Para Zanocelo, mesmo com a redução de gastos, é preciso revisitar a forma como as coisas são feitas em algumas empresas.
"Muitas áreas têm pouca visibilidade da performance de seus times para entender como melhor alocar essa força de trabalho, e o problema pode persistir mesmo com uma equipe mais enxuta", explica Zanocelo.
Foto destaque. Pessoa usando o celular. (Reprodução/Pixabay)