Com a retomada do grupo fundamentalista islâmico Talibã ao poder no Afeganistão depois de 20 anos, o Facebook anunciou que está identificando e excluindo qualquer conteúdo em apoio ao grupo — medidas tomadas também para o Instagram e Whatsapp, plataformas que fazem parte da companhia.
A rede social fundada por Mark Zuckerberg afirmou ter criado uma equipe de especialistas afegãos para monitorar e remover qualquer conta mantida em nome do Talibã, além de apoio ou elogios ao grupo que retomou ao poder no Afeganistão no último domingo (15).
A equipe de especialistas é composta por afegãos falantes da língua dari e pashto que possuem conhecimentos do contexto local, que ajudam a identificar e alertar sobre contas e mensagens alarmantes em apoio ao grupo nas plataformas da empresa.
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Considerados uma organização terrorista pelos Estados Unidos, o Facebook afirma estar seguindo sua política de “Organização Perigosa” da empresa, onde qualquer conta em apoio ou elogio ao movimento serão removidos das plataformas.
“O Talibã é sancionado como organização terrorista pela lei dos EUA, e nós os banimos de nossos serviços de acordo com nossas políticas para organizações perigosas”, afirmou um representante do Facebook à rede britânica BBC.
Foto: Reprodução/Twitter
O jornal Washington Post noticiou que, antes de assumir o controle do palácio presidencial, em Cabul, capital do Afeganistão, o Talibã enviou mensagens pelo WhatsApp aos moradores da região, declarando que eram os responsáveis pela segurança do local.
Além disso, o Facebook já foi duramente criticado pela falta de monitoramento nas redes sociais, onde as fake news, incitações e discursos de ódio têm se proliferado nas plataformas durante a pandemia e as eleições presidenciais no mundo.
O ex-presidente Donald Trump, por exemplo, foi banido das plataformas do Facebook e do Twitter após a invasão ao Capitólio no início de 2021 por “encorajar e legitimar a violência”. “Mantendo uma narrativa infundada de fraude eleitoral e chamados à ação persistentes, Trump criou um ambiente em que riscos sérios de violência eram possíveis”, afirmou Thomas Hughes, diretor administrativo do Comitê de Supervisão do Facebook, ao avaliar a suspensão.
Ainda sobre o monitoramento das publicações ligadas ao Talibã, Adam Mosseri, responsável pelo Facebook, afirma: “Agora, essa situação está evoluindo rapidamente e, com ela, tenho certeza de que o risco também evoluirá. Teremos que modificar o que fazemos e como fazemos para responder a esses riscos em mudança conforme eles acontecem.", declarou.
(Foto Destaque: Mulheres de Hijabe mexendo no celular. Reprodução: SAJJAD HUSSAIN/AFP/Getty Image)