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Conheça Andi, manequim capaz de suar e criado para entender os efeitos do calor

De acordo com o professor de engenharia mecânica Konrad Rykaczewski, “por razões éticas, ninguém estuda o aumento da temperatura corporal em alguém sofrendo de insolação”.

24 Jul 2023 - 17h57 | Atualizado em 24 Jul 2023 - 17h57
Conheça Andi, manequim capaz de suar e criado para entender os efeitos do calor Lorena Bueri

Criado com o objetivo de descobrir o que acontece com nosso corpo ao enfrentarmos uma onda extrema de calor, bem como se proteger contra altas na temperatura em um planeta em constante aquecimento, o robô Andi foi criado por cientistas e pesquisadores tendo a capacidade de respirar, tremer e suar. 

Trata-se de um manequim térmico de 1,78 metros de altura, desenvolvido por cientistas da Arizona State University. O robô pode se parecer com um simples boneco de testes feito para estudar a colisão de veículos, mas o interior de sua carcaça contém uma tecnologia verdadeiramente engenhosa. Sob a epiderme de Andi, feita com fibras de carbono, há 35 zonas térmicas independentes e equipadas com sensores interconectados, cujo objetivo é analisar como o calor se espalha pelo corpo humano. 

O manequim ainda conta com um sistema de refrigeração próprio, composto por poros, não dissimilares ao do corpo humano, o que lhe permite transpirar e, portanto, regular a própria temperatura, tal como nós fazemos. Tal como um ser humano normal, Andi tem um índice de transpiração maior nas costas do que nos antebraços ou nas panturrilhas, por exemplo. 

Estudando o efeito da hipertermia em seres humanos

Manequins térmicos já eram usados antes da criação de Andi, principalmente por fabricantes de roupas de esportes radicais para testar seus produtos, mas a criação dos cientistas da Universidade do Arizona é o único capaz de ser usado ao ar livre e, como mencionado, feito com o objetivo de avançar as pesquisas no campo. 

Experimentos que nos dariam uma melhor compreensão do efeito de altas temperaturas no corpo humano são antiéticas e ilegais ao serem aplicadas em pessoas, então temos uma compreensão limitada dos efeitos da hipertermia. Com a criação de Andi, é possível estudar o efeito que altas temperaturas, como as da capital do Arizona, Phoenix, causam em humanos. 


Os sensores internos de Andi, por baixo de sua epiderme (Foto: Divulgação/University of Arizona)


Com a ajuda do manequim, talvez seja possível buscar uma solução para a hipertermia, que é uma doença do século 21 causada em grande parte pelo aquecimento global. 

O efeito do calor em cada indivíduo

De acordo com o professor de engenharia mecânica Konrad Rykaczewski, “por razões éticas, ninguém estuda o aumento da temperatura corporal em alguém sofrendo de insolação”. Com a ajuda de Andi, isso se tornaria possível em condições o mais próximas possível da realidade. Em sua fase inicial de testes, o robô foi acompanhado por Marty, uma estação meteorológica móvel que é capaz de medir o calor refletido pelos edifícios no ambiente de teste, ao caminhar pela primeira vez em maio à uma onda de calor extrema em Phoenix. 

“Se Paris pode vir a ficar parecida com Phoenix de hoje, podemos aprender uma melhor forma de projetar nossos edifícios”, afirma Rykaczewski. “O que podemos mudar? De que forma devemos nos vestir? Como podemos mudar nosso comportamento para nos adaptarmos a temperaturas tão intensas?”, concluiu. 

Ademais, o manequim pode ser ajustado indefinidamente. A equipe de pesquisa projetou Andi com a capacidade de replicar as características físicas de diferentes segmentos da população, segundo Jennifer Vanos, climatologista envolvida no projeto. Jovens, obesos, atletas ou pessoas com saúde frágil, todos são arquétipos que podem ser aplicados aos sensores de Andi para testes mais precisos. 

E ao contrário de seres humanos, Andi consegue sobreviver sob a luz do sol intensa sem transpirar, em casos de experimentos em que esse não é um fator importante. 

Os cientistas pretendem testá-lo em diversas situações. Essas pesquisas serão úteis para planejar roupas adequadas ao calor, ou até mesmo repensar o planejamento urbano de cidades no futuro.

Foto destaque: Andi, junto da equipe de pesquisadores da Universidade do Arizona. Reprodução/Divulgação/University of Arizona

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