A Agência Nacional Europeia pesquisa há dez anos o uso de amerício-241 para produzir baterias que alimentem as naves espaciais. O produto, que é um resíduo do plutônio-239, pode baratear imensamente as viagens espaciais.
As pesquisas estão avançadas e o uso pode começar em menos de uma década. Além disso, a humanidade pode se livrar de um material que não tem utilidade e ainda é tóxico. Isto pode criar uma boa vantagem para a Rússia em relação aos EUA. Há oito atrás, uma sonda espacial se perdeu por falta de carga nas baterias. Era a sonda Philae, que pousou numa área sem iluminação solar de um cometa.
O plutônio-239 é utilizado em usinas nucleares e atualmente, este resíduo é totalmente inútil. Mas os cientistas tem bastante esperança em relação ao amerício-241. A importância de libertarem da dependência do plutônio-238 é grande, já que se trata de um elemento raro.
Plutônio (Foto: Reprodução/ Pixabay)
As naves precisam de baterias quando vão fazer pesquisas em lugares que não conseguem carregar através das placas solares. Atualmente estas baterias são produzidas com plutônio-238, material caro e produzido somente nos Estados Unidos e Rússia.
Os ataques russos à Ucrânia causaram um embargo à produção da Rússia. A agência proibiu a compra de materiais russos e tem tido prejuízos com o fornecimento vindo apenas da Nasa. Esta dependência também afeta o crescimento da ESA (Agência Espacial Europeia), principalmente em relação aos americanos.
No final de novembro, integrantes da agência criaram um fundo de quase 30 milhões de Euros para financiar o projeto. Chamado de Endure, que é a sigla em inglês para Dispositivos Europeus Movidos a Energia de Radioisótopos, este fundo pretende patrocinar um avanço inédito na tecnologia.
Provavelmente a primeira nave espacial a utilizar o amerício-241 será o Argonaut, que será lançado no começo da próxima década. Os projetos seguintes serão missões enviadas a Urano e Netuno.
Foto Destaque: Sonda espacial. Reprodução/ Pixabay