O céu estrelado acima de nosso planeta sempre foi agraciado com o espetáculo indescritível da queda de meteoros na atmosfera, gerando um rastro de luz que ficou popularmente conhecido como “estrela cadente”, mas esses pedaços de rocha espacial não são os únicos visitantes. Periodicamente, cometas (aglomerados de gelo e poeira) também visitam nosso sistema solar, pontuados por uma cauda feita de gases à medida que o gelo derrete ao se aproximar do Sol. Alguns desses visitantes são periódicos, aproximando-se da Terra ocasionalmente, tal como o conhecido Cometa Halley, inicialmente descoberto em 1696 por Edmond Halley. Trata-se do único cometa de periodicidade curta, pois ele se torna visível na Terra a cada 75 anos, podendo ser visto a olho nu.
Descoberta do Cometa Nishimura
No começo de agosto deste ano, outro cometa foi descoberto. Sua presença foi notada pelo fotógrafo Hideo Nishimura e, portanto, foi apropriadamente batizado de “Cometa Nishimura” por especialistas. E embora não se acredite que ele esteja em rota de colisão com o Sol, sua proximidade da estrela provavelmente fará com que perca parte de seu núcleo devido ao intenso calor gerado por ela. E, a melhor parte: será possível observar o Cometa Nishimura aqui da superfície terrestre.
Cometa Nishimura visto ao lado de Vênus durante o pôr do Sol (Foto: Reprodução/Petr Horálek).
Trata-se de um momento único para os entusiastas de astronomia, pois o cometa recém-descoberto provavelmente não voltará a aparecer na Terra, supondo que não seja destruído antes, pelos próximos 400 anos. No Brasil, o momento mais apropriado para tentar observá-lo será no dia 17 de setembro, este mês, momento em que ele irá alcançar seu periélio — o ponto mais próximo do Sol —, e portanto também estará com seu brilho máximo.
Melhor forma de observá-lo na Terra
Para os habitantes de grandes centros urbanos, enxergar o Cometa Nishimura pode ser uma tarefa difícil, por conta da poluição luminosa gerada pelas cidades. Portanto, mesmo que ele possa teoricamente ser enxergado a olho nu, é aconselhável o uso de binóculos e que, de preferência, a observação seja feita em um local alto, como o terraço de um prédio. De acordo com o Observatório Nacional, a melhor hora do dia para se enxergar o “visitante” é ao pôr do sol, quando a luminosidade de nosso astro está mais fraca.
“A primeira passagem de um cometa pelo Sol têm uma maior probabilidade estatística de ocasionar na desintegração do mesmo, mas cada visita subsequente fortalece o núcleo do cometa, diminuindo as chances do mesmo ser destruído. Portanto, caso sobreviva, o C/2023 P1 terá uma maior chance de sobreviver às futuras passagens perto de nosso Sol”, comentou o observatório.
C/2023 é o nome técnico oficial dado ao Cometa Nishimura.
Foto destaque: Passagem do Cometa Nishimura pelo céu noturno (Foto: Reprodução/Javier Zayas & Getty Images).