Benjamin Rapoport, co-fundador da Neuralink, startup de Elon Musk que desenvolve implantes neurológicos para a união da tecnologia com ondas cerebrais, relatou no último dia 3, os motivos da sua saída da empresa em 2018. O neurocirurgião conta ao podcast "The future is everything”, do jornal The Wall Street Journal, que tinha preocupações com os efeitos que um implante neural poderiam causar no cérebro humano.
O que é o Neuralink
É um dispositivo do tamanho de uma moeda e contém centenas de eletrodos que devem captar os impulsos que o cérebro envia para o resto do corpo. Com isso, o objetivo inicial é proporcionar a pacientes que têm alguma doença motora uma regeneração da parte do cérebro danificado, contornando os problemas e possibilitando uma recuperação completa.
Elon Musk também afirma que será possível comandar computadores e celulares através do chip Neuralink, somente através do pensamento.
A empresa promete curar doenças como paralisias, epilepsia, parkinson e outras doenças motoras. Atualmente, ela está sendo testada em humanos que perderam o controle de membros.
Vídeo de introdução do que é o Neuralink (Reprodução/Youtube/Neuralink)
Riscos
Neurocirurgião de formação, Benjamin Rapoport dedicou sua carreira a unir tecnologia e medicina, mas confidenciou que a única maneira de ir na direção correta é priorizando a segurança dos pacientes.
Ao podcast, Rapoport disse acreditar que é possível captar o sinais neurais sem a necessidade de instalar chips dentro da cabeça humana. Assim, não haveria riscos que ele considera inaceitáveis para a continuidade do projeto de Musk. Para ele, a inclusão de um chip pode levar a sérias lesões cerebrais.
Desde que saiu da Neuralink, o neurocirurgião trabalha justamente no que defendeu durante a entrevista, uma forma menos invasiva de captar esses impulsos neurais. Ele criou a Precision Neuroscience, empresa que desenvolve uma interface cérebro-computador (BCI), através de microeletrodos de superfície, que não penetram o cérebro do paciente.
Foto Destaque: Neuralink e Elon Musk mostrando como o chip funcionará (Reprodução/OAntagonista)