O CEO da OpenAI, Sam Altman, criador do ChatGPT, deu as costas à saída da União Europeia. Ele havia ponderado sobre essa possibilidade depois de expressar preocupação com os esforços da União Europeia para regulamentar a inteligência artificial e até mesmo alertar que a empresa pode retirar seus serviços da região se não cumprir os regulamentos, uma grande mudança de tom desde o início deste mês, quando pediu a regulamentação da IA no Congresso dos EUA.
Participando de um evento em Londres na última quarta-feira (24), o CEO afirmou para repórteres que se sentia preocupado com a proposta de lei de IA da UE e concluiu que sua empresa "iria tentar cumprir" caso a Lei fosse aprovada, mas que estaria pronto para "parar de funcionar" no local, caso a empresa não conseguisse cumprir.
À Reuters, Altman afirmou que acredita que o projeto de lei de IA seria "muito restritivo", adicionando que ouviu que seria revogado. No entanto, ele confirmou via Twitter que continuará trabalhando na região.
Sam Altman está especificamente com preocupações sobre os ajustes dos aplicativos de IA, como o ChatGPT da OpenAI para um "Sistema de uso geral" que, sob a regra proposta, receberia uma regulamentação mais rígida.
Ele assumiu a preocupação com as falsas informações a respeito da IA enquanto falava para uma audiência na University College London, mostrando especificamente a habilidade do sistema de gerar desinformações que seriam "interativas, personalizadas e persuasivas" e concluiu que há muito trabalho a ser feito a esse respeito.
Mesmo com todas essas questões em jogo, Altman afirma crer que a nova tecnologia afetará a sociedade de forma positiva e irá colaborar para a criação de "muitos empregos".
Ilustração de IA. (Foto: Reprodução/fszalai/Pixabay via TecMundo)
A inquietude de Altman a respeito dos esforços europeus para regulamentação, confrontam a insistência dos legisladores americanos em regulamentar a IA. Ele fez uma comparação com o crescimento acelerado da IA ao surgimento da imprensa e afirmou que sua companhia pretende "trabalhar com o governo" para não deixar que a tecnologia cause problemas. O CEO até admitiu que o advento da IA afetará os empregos e o governo terá que encontrar maneiras de "mitigar isso".
"A resposta certa é provavelmente algo entre uma abordagem tradicional Europa-Reino Unido e uma abordagem tradicional dos EUA" e “Espero que todos possamos acertar juntos desta vez.”, afirmou Sam Altman em um evento na University College London.
Foto destaque: Sam Altman. Reprodução/Forbes