Foi realizada na última segunda-feira (05) o evento “Negócios e a economia global: impulsionando o crescimento e a inovação” na Conferência Global 2025 do Milken Institute, em Los Angeles. Na ocasião, esteve presente Gilberto Tomazoni, CEO da empresa de carnes JBS.
O empresário destacou a importância da utilização da ferramenta de inteligência artificial na agricultura. Para ele, o recurso é fundamental para auxiliar no aumento da produção, ao mesmo tempo em que se utiliza de poucos recursos, gerando sustentabilidade.
Pequenos produtores
Tomazini enfatizou que os pequenos produtores agrícolas devem estar no topo da lista daqueles que necessitam de ajuda para a utilização da IA em seus negócios. O setor agrícola está representado por uma fatia de 30% de pequenos produtores.
O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, que também esteve presente no evento, ratificou a fala do brasileiro. Ajay ressaltou que os filhos de pequenos agricultores não desejam prosseguir no agronegócio por falta de recursos para investimento em suas produções.
Para ele, diversos fatores devem ser implementados para o empresário seguir em frente com seu negócio, como a integração com cooperativas, melhores preços para aquisição de produtos (fertilizantes, por exemplo), um marketing atrativo e eficaz e, somado a isso, a facilitação da IA no processo.
A JBS destacou a participação do CEO no evento de Los Angeles (Foto: reprodução/Instagram/@nossajbs)
Aplicação da IA no agro
Na palestra, Tomazoni explicou que a JBS já utiliza da inteligência artificial em sua cadeia de produção alimentar, descrevendo exemplos práticos disso. Ele citou a ligação direta com consumidores mediante canais de comunicação para conhecer as demandas de seus clientes. Outro ponto que destacou é a otimização da cadeia de suprimentos, que prevê a demanda de produção, coibindo o desperdício.
O controle de qualidade por IA também acelera o processo e permite a verificação em tempo real, por meio de sistemas operacionais altamente precisos. Estes sistemas também são úteis no desenvolvimento de produtos, utilizando cálculos nutricionais e até mesmo desenvolvimento de sabores.
Um robô utilizando inteligência artificial sendo utilizado para a colheira de chá na China (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)
Carne sintética
Um dos pontos polêmicos sobre a inserção da inteligência artificial na indústria alimentar é a produção de carne sintética. A tecnologia permite que, através da utilização de células-tronco oriundas de bovinos, uma carne própria para consumo seja fabricada em laboratório.
Contudo, do mesmo modo em que o recurso é visto como benéfico para auxiliar a população que sofre com insegurança alimentar, também é visto com muita preocupação, uma vez que para essa produção acontecer, são necessários inúmeros recursos artificiais, como corantes e óleos quimicamente refinados, que podem causar danos à saúde.
Foto destaque: Gilberto Tomazoni na reunião do Fórum Econômico Mundial de 2025 (Reprodução/Stefan Wermuth/Bloomberg/Getty Images Embed)