Há anos consagrada no mercado como uma das maiores desenvolvedoras de software para criação gráfica, a Adobe não pretende deixar a popularidade da inteligência artificial generativa passar batida. Na terça-feira (10), a empresa lançou um software inédito de geração de imagens baseado em IA, com a possibilidade de gerar imagens não apenas baseadas em um prompt textual, mas também através de outras fotos para criar imagens derivativas ao gosto do usuário. Essa novidade, batizada de "Adobe Firefly" pela desenvolvedora, chega em um momento crítico para a empresa, cuja base de clientes foi ameaçada pelo advento de tecnologias como o Midjourney e o Dall-e 2 da OpenAI, responsável por desenvolver o ChatGPT que popularizou a IA generativa.
Sobre o Firefly
Dotado de recursos semelhantes a outros competidores, mas com algumas melhorias, o Firefly permite que o usuário selecione uma gama de imagens que servirá como base para edições futuras, alimentando o banco de dados da inteligência artificial. As imagens geradas artificialmente também podem ser alteradas através de prompts de texto feitos pelo usuário.
Interface do Adobe Firefly sendo utilizado para criar uma imagem à partir de um prompt de texto feito pelo usuário (Foto: reprodução/Adobe)
O programa conta com uma gama variada de estilos artísticos que o usuário pode escolher na hora de criar novas imagens. Além disso, para evitar discussões éticas ou legais, a Adobe garante que a base de dados na qual o Firefly foi treinado para aprender a gerar essas imagens é inteiramente de domínio público, prevenindo possíveis discussões em tribunal por conta de direitos autorais, problema que muitos aplicativos de imagem geradas por IA estão enfrentando no momento.
Usos para o novo produto
De acordo com Ely Greenfield, diretor de tecnologia para mídias digitais da Adobe, a ideia da empresa é que seus clientes possam utilizar apenas algumas imagens de um produto ou personagem e, com a tecnologia da inteligência artificial generativa, gerar a partir delas centenas ou milhares de outras imagens derivativas para os mais variados propósitos: campanhas de marketing, comerciais, vídeos, divulgação em site e muito mais.
“Até alguns meses atrás, esse era um processo bem manual, não apenas para tirar as fotos, como também para processá-las”, afirmou o diretor.
Greenfield espera que uma parcela das fotografias feitas presencialmente se tornem digitais, geradas inteiramente a partir do computador. Mas isso não acaba com o papel da fotografia tradicional, que ainda será utilizada como base para ser editada posteriormente através da tecnologia generativa.
Tendo sido liberado para usuários empresariais como parte do pacote Adobe Express, o programa já foi utilizado para gerar mais de três bilhões de imagens, segundo dados fornecidos pela Adobe.
Foto Destaque: David Wadhwani, predisente da unidade de Mídia Digital da Adobe, durante a conferência Adobe Max em Los Angeles. Reprodução/divulgação/Adobe