Tech

Abin sob escrutínio: o que se sabe sobre o software espião "First Mile"

A Abin não tinha autorização judicial para fazer uso desse software, que foi adquirido por um contrato sigiloso. O caso foi revelado primeiramente em março

21 Out 2023 - 09h15 | Atualizado em 21 Out 2023 - 09h15
Abin sob escrutínio: o que se sabe sobre o software espião 'First Mile' Lorena Bueri

A Polícia Federal desencadeou uma operação na sexta-feira (20) em resposta ao caso de rastreamento irregular de celulares, realizado sem autorização judicial pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O rastreamento abusivo foi possível graças à utilização de uma tecnologia de espionagem denominada First Mile, desenvolvida pela empresa israelense Cognyte, anteriormente conhecida como Verint. Essa prática foi inicialmente revelada em março por uma reportagem do jornal O Globo.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o software adquirido pelo governo por meio de um contrato sigiloso usava informações do GPS para monitorar irregularmente a localização de celulares pertencentes a uma ampla variedade de pessoas, incluindo servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.


Explicativo do First Mile. (Foto: reprodução/Metrópoles)


Investigação da Abin

A Abin admitiu, na época em que a denúncia veio à tona, que havia utilizado a tecnologia. O contrato para a aquisição do programa foi firmado no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e continuou a ser usado até o terceiro ano de seu mandato. 

Posteriormente, a Agência Brasileira de Inteligência afirmou que a tecnologia em questão não estava mais em uso desde maio de 2021. Apesar da informação da Abin, investigações conduzidas pela TV Globo e GloboNews sugerem que o uso do First Mile se intensificou durante os últimos anos do governo Bolsonaro.

Após a operação da Polícia Federal, a Abin divulgou uma nota informando que instaurou procedimentos para investigar o caso e destacou que todas as solicitações feitas pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal foram prontamente atendidas.

 

Posicionamento

Até o momento, não foi possível obter um posicionamento da Cognyte a respeito do assunto. A empresa, que se apresenta como líder de mercado em software de análise investigativa, não fornece informações sobre o First Mile em seu site.

Em maio de 2019, a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) confirmou que a empresa Suntech era a representante e desenvolvedora do VERINT First Mile – Geolocalização Celular Remota no Brasil. A Abin não esclareceu se adquiriu o software diretamente da Suntech.

 

Capacidade do Fist Mile

As informações disponíveis sobre o software indicam que o First Mile era capaz de monitorar até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses. Para utilizar o programa, bastava inserir o número de telefone desejado, e a tecnologia localizava dispositivos que utilizavam redes 2G, 3G e 4G.

Além de identificar a localização aproximada dos aparelhos, o sistema era capaz de gerar alertas relacionados à rotina de movimentação dos alvos monitorados. Essa prática levantou sérias preocupações sobre a privacidade e a segurança de diversas pessoas, uma vez que o rastreamento de celulares sem autorização representa uma séria violação dos direitos individuais.

 

Foto Destaque: Fachada da Abin, em Brasília. Reprodução/Valor Econômico.

Lorena Bueri CEO, Lorena Bueri, madrinha perola negra lorena bueri, lorena power couple, lorena bueri paparazzi, Lorena R7, Lorena Bueri Revista Sexy, Lorena A Fazenda, Lorena afazenda, lorena bueri sensual, lorena gata do paulistão, lorena bueri gata do paulistão, lorena sexy, diego cristo, diego a fazenda, diego cristo afazendo