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Candidata a presidência dos EUA, Kamala Harris arrecada R$ 1,7 bilhão em julho e supera Trump

A vice-presidente angariou mais que o dobro do valor acumulado por Trump, garantindo pela primeira vez em meses uma vantagem financeira para os democratas em relação aos republicanos

02 Ago 2024 - 14h45 | Atualizado em 02 Ago 2024 - 14h45
Candidata a presidência dos EUA, Kamala Harris arrecada R$ 1,7 bilhão em julho e supera Trump Lorena Bueri

Sete dias após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abdicar da reeleição, a campanha de Kamala Harris arrecadou R$1,1 bilhão no período. Apenas no mês de julho, foram angariados mais de US$ 310 milhões (cerca de R$1,7 bilhão), em contraposição aos US$ 139 milhões em julho (cerca de R$ 796 milhões), acumulados pela campanha de Donald Trump.

Um avanço dos democratas

A liderança financeira de Kamala representa o segundo mês consecutivo em que os democratas conseguiram angariar mais que Trump. No mês de junho, ainda com Biden no poder, a campanha totalizou US$ 240 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em caixa.

O cenário atual é uma alternância em relação ao panorama prévio, uma vez que a arrecadação de fundos dos democratas sofreu uma queda acentuada nas três primeiras semanas de julho após o debate problemático de Biden, embora a campanha não tenha divulgado os números exatos. Entretanto, quando o presidente dos Estados Unidos anunciou sua retirada da corrida em 21 de julho, a arrecadação disparou.

Somente na semana seguinte à desistência, foram arrecadados US$ 200 milhões (aproximadamente R$ 1,1 bilhão) sob o nome de Kamala, superando o valor obtido por Biden nos primeiros três meses do ano.

Em contrapartida, a campanha de Trump manteve uma arrecadação robusta, e provavelmente teria superado significativamente a dos democratas se o partido não tivesse concentrado seus esforços em Kamala.

A saída de Biden

A retirada de Joe Biden da corrida presidencial em 21 de julho marcou um ponto de inflexão significativo na campanha democrata. Biden, que enfrentava crescentes críticas e dúvidas sobre sua capacidade de liderar, decidiu deixar a disputa após um desempenho considerado desastroso em um debate importante. 

Em fevereiro deste ano, o Departamento de Justiça americano concluiu que Biden havia retirado, mantido e compartilhado documentos sigilosos da Casa Branca após o fim de seu mandato como vice de Barack Obama, em 2017. No entanto, os investigadores decidiram não abrir um processo criminal, alegando que sua memória estava "significativamente limitada". Biden foi descrito no relatório como um "homem idoso bem-intencionado e com memória fraca". A gafe cometida durante uma entrevista coletiva, onde chamou o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, de "presidente do México", prejudicou ainda mais sua reputação.



Joe Biden e Kama Harris (Foto: reprodução/Instagram/@kamalaharris)


Imediatamente após o anúncio de sua desistência, houve uma reconfiguração na estratégia de arrecadação de fundos dos democratas. O foco se deslocou rapidamente para Kamala Harris, cuja candidatura recebeu o referido impulso financeiro. Esse movimento não só revitalizou o entusiasmo entre os apoiadores democratas, mas também reforçou a capacidade da campanha para enfrentar os desafios eleitorais. 

Entretanto, a polêmica acerca da saúde e capacidade de Biden não foi totalmente dissipada, mesmo após um check-up anual ter garantido que o presidente de 81 anos estava "em forma para cumprir suas funções". As preocupações dos eleitores permaneceram, especialmente após o debate de 27 de junho, onde Biden exibiu sinais de fragilidade e uma voz rouca, enquanto Trump, que frequentemente distorce a verdade, saiu vitorioso daquela disputa.

No lado republicano, a campanha de Donald Trump continuou a manter uma arrecadação robusta, embora a saída de Biden tenha alterado o cenário competitivo. A expectativa era de que, sem uma figura polarizadora como Biden, os democratas poderiam se reorganizar e concentrar seus recursos em Kamala Harris, potencialmente alterando a dinâmica da disputa. 

Apesar disso, Trump e seus apoiadores permaneceram confiantes, antecipando uma campanha intensa e disputada até o final. A reconfiguração dos partidos sugere uma corrida acirrada, com ambos os lados intensificando seus esforços para garantir a vitória nas eleições, datadas em 5 de novembro de 2024.

Foto destaque: Kamala Harris (Reprodução/Instagram/@kamalaharris)

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