Segundo uma investigação da Polícia Federal, itens de luxo teriam sido desviados e negociados por ex-auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os itens foram dados por delegações estrangeiras durante o governo. Esses objetos de alto valor deveriam ser entregues ao acervo da Presidência, sendo bens públicos, e não pessoais.
Em uma viagem oficial à Arábia Saudita, em outubro de 2019, Bolsonaro recebeu um kit com diversos objetos, incluindo uma anel, abotoaduras e um relógio Rolex, de diamantes e ouro branco. Este último foi negociado juntamente com outro relógio Patek Philippe, ambos vendidos por US$ 68 mil, cerca de R$ 340 mil.
A operação contou com Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro, e o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid. Segundo a PF, Cid e Wassef chegaram ao Brasil em março com as joias.
Kit da Chopard
Em outubro de 2021, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi a uma viagem à Arábia Saudita e o governo brasileiro recebeu um kit com itens da marca Chopard. Nele continha uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio.
Joías eram presentes de autoridades árabes (Foto: reprodução/Money Report)
De acordo com o relatório da Polícia Federal, esse kit saiu do Brasil no mesmo voo oficial que levou o ex-presidente Bolsonaro à Flórida, nos Estados Unidos. Esse fato ocorreu no último dia do mandato presidencial.
Em Nova York, o kit foi anunciado por uma casa de leilões. O valor estimado era entre US$ 120 mil e US$ 140 mil. Mas ele não chegou a ser arrematado.
Esculturas folheadas
No mesmo ano de 2021, em novembro, Bolsonaro recebeu uma escultura de barco folheada a ouro, em um seminário com empresários árabes, de acordo com a investigação da PF.
Essa investigação não comprovou valores, mas segundo mensagens do coronel Mauro Cid, os itens foram avaliados em valores baixos por se tratarem de peças folheadas e não de ouro maciço.
A escultura também foi levada no voo oficial para a Flórida, no final do mandato do ex-presidente.
Foto destaque: o ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução/Poder360