De acordo com informações que fazem parte da terceira edição do "Mapa da Mulher Carioca 2023", que consiste em um levantamento de dados para identificar desigualdades e diferenças referentes à gênero, raças e gerações no município do Rio de Janeiro, durante o ano de 2022, a cada uma hora, uma mulher sofreu violência no Rio de Janeiro. E a cada três horas, uma mulher tentou suicídio.
Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira (6), 15.267 denúncias de violência foram incluídas no Sistema de Informação de Saúde no ano de 2022. Além da violência física, que representa a maior parte dos casos (90,2%), o dossiê também traz dados referentes à violência psicológica (31,9%) e sexual (11,4%).
Faixa etária mais atingida pela violência é de mulheres entre 20 e 59 anos (Foto: reprodução/Pinterest/istoe.com.br)
Além disso, o Mapa relata que a maioria das vítimas (63,4%) são mulheres negras, e a faixa etária mais atingida é de mulheres adultas, entre 20 e 59 anos. A Zona Oeste foi identificada como a região com maior número de ocorrências, totalizando 14 dos 35 casos, sendo o parceiro da vítima o autor do crime em 40% deles.
Perfil do agressor
Como mostra o relatório, na maior parte dos casos, as violências são praticadas pelos próprios companheiros e dentro do ambiente familiar da mulher. Em 54,3% das notificações, os agressores eram parceiros ou conhecidos das vítimas. Sendo, 52,9% maridos, ex-maridos, namorados ou ex-namorados. No caso da violência contra idosas, o levantamento indica que os filhos são os principais autores. Neste caso, a média são de três ocorrências por dia.
Tema da redação do ENEM
A pesquisa também levantou dados que vão de encontro ao tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano: a invisibilidade do trabalho de cuidado da mulher.
Sociedade não reconhece os trabalhos realizados pelas mulheres (Reprodução/Instagram/@helodangeloarte)
Como mostram os dados, as mulheres cariocas gastam 19,5 horas por semana em trabalhos domésticos enquanto os homens destinam apenas 12,4 horas para esses afazeres. Apesar disso, ainda assim, as mulheres não são valorizadas e reconhecidas por esses trabalhos.
Foto Destaque: Dados sobre o feminicídio auxiliam na criação de políticas públicas (Reprodução/Pinterest/@HuffPost)