O Twitter vai expandir ao Brasil o mecanismo que permite denunciar publicações com informações falsas. A informação foi anunciada pela empresa nesta segunda-feira (17) e a decisão se deu após uma grande pressão dos próprios usuários da rede e do Ministério Público Federal (MPF).
Atualmente, o mecanismo funciona em teste nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e na Austrália, desde agosto do ano passado.
Além do Brasil, Espanha e Filipinas também terão o mecanismo. Segundo o Twitter, somente esses três países foram escolhidos pois a plataforma quer “colher aprendizados de uma pequena, porém geograficamente diversificada, gama de regiões — incluindo aquelas em que o inglês não é o primeiro idioma — antes de tornar a ferramenta disponível globalmente”.
As eleições presidenciais de 2018 são um exemplo de grande divulgação de fake news no Twitter. Jair Bolsonaro (PL) e Fernando Haddad (PT) (Foto: Miguel Schincariol/Daniel Ramalho/AFP)
Ainda, as eleições presidenciais de 2022 no Brasil e nas Filipinas pesaram na decisão, pois, de acordo com a plataforma “contribuirá para a avaliação de como esta ferramenta de denúncias seria usada em períodos de grandes eventos cívicos”.
#TwitterApoisFakeNews
O Twitter vem enfrentando grande pressão, após os próprios usuários da plataforma criticarem as poucas ferramentas contra a proliferação de fake news. Nas reclamações, o fato de que a plataforma não possibilitava uma denúncia contra notícias falsas, principalmente sobre política e covid-19 no Brasil, se destacou.
A hashtag #TwitterApoiaFakeNews ficou em primeiro lugar nos assuntos mais comentados do Brasil, no dia 5. A campanha trouxe grande visualização para o assunto, o que fez com que o Ministério Público Federal (MPF) questionasse a rede sobre as ausentes medidas de combate à desinformação. O MPF pediu uma resposta da empresa em até 10 dias úteis.
“Monitoramento contínuo”
Após essa pressão, o Twitter explicou que os conteúdos que violam suas regras são detectados de forma automática ou identificado “monitoramento contínuo de equipes internas”.
Foto Destaque: Ferramenta do Twitter contra fake news já existe em diversos outros países - Crédito: Solen Feyissa/Pexels