Uma tragédia abalou a costa de Moçambique neste domingo, quando um naufrágio ceifou a vida de 97 pessoas, incluindo crianças, em águas costeiras ao norte do país. As autoridades locais confirmaram o trágico incidente, destacando que a embarcação, originalmente uma embarcação de pesca adaptada para servir como balsa, estava sobrecarregada, excedendo em muito sua capacidade nominal de cerca de 130 pessoas.
Pânico em meio a rumores
Jaime Neto, secretário de Estado da Província de Nampula, onde o desastre ocorreu, informou que o naufrágio aconteceu durante a travessia da embarcação da cidade de Lunga para a Ilha de Moçambique. As motivações dos passageiros eram diversas, alguns se dirigiam à ilha para participar de uma feira, enquanto outros fugiam do continente temendo um surto de cólera. Desde outubro, Moçambique registrou aproximadamente 15.000 casos da doença e 32 mortes, com a província de Nampula sendo uma das áreas mais afetadas.
O pânico em relação à cólera foi alimentado por rumores, embora não houvesse relatos recentes da doença no distrito de onde o barco partiu, conforme observado por Stéphane Foulon, chefe de missão do Médicos Sem Fronteiras em Moçambique.
Investigação em curso
Dos corpos recuperados, pelo menos três eram de crianças, e mais de uma dúzia de pessoas permanecem desaparecidas. Silverio Nauaito, administrador da ilha, relatou que as vítimas eram predominantemente mulheres e alguns funerais já estão sendo realizados na ilha.
Pequeno barco foi utilizado como bote salva-vidas (Foto/reprodução: TVM/AFP)
Uma investigação está em andamento para esclarecer as causas do naufrágio, liderada pelas autoridades competentes.
No passado, Moçambique foi uma colônia portuguesa até conquistar sua independência em 1975. A ilha de Moçambique foi um posto de comércio português na rota para a Índia e um dos principais portos para o comércio de escravos durante o período colonial.
Foto destaque: Barco de pesca utilizado como bote no naufrágio em Moçambique (Foto/reprodução: TVM/AFP)
