Após o Federal Bureau of Investigation (FBI) alertar sobre pessoas suspeitas de ligação com o grupo islâmico Hezbollah que planejavam cometer atos terroristas no Brasil, investigação da Polícia Federal – intitulada de “Trapiche” – descobre que terroristas do Hezbollah recrutavam brasileiros para ataques contra judeus no Distrito Federal.
A operação levou a vídeos, gravados em 2023, em Taguatinga, Brasília, que mostram diferentes carros rondando sinagogas e um cemitério israelita de Brasília. As imagens foram encontradas online com e-mail de acesso de Lucas Passos Lima, preso em novembro do ano passado, quando voltou de uma viagem ao Líbano.
Estes e mais locais representativos da comunidade judaica em Brasília e em Goiás aparecem em uma lista apreendida, no fim de 2023, de um dos acusados de terrorismo no Brasil.
De acordo com as autoridades, as investigações da Operação Trapiche impediram um possível atentado terrorista que seria cometido no Brasil.
Recrutamento de brasileiros
Em depoimento à PF, obtido pelo Jornal Nacional, um dos recrutados pelos terroristas do Hezbollah - um partido político islâmico xiita apoiado pelo Irã – afirma que, ao chegar no Libano, foi levado à um prédio por homens armados, onde o questionaram se ele tinha capacidade para matar pessoas.
De acordo com o homem, os terroristas, que carregavam o símbolo do Hezbollah nas roupas, o ofereceram inicialmente US$ 200 mil e mais um prêmio de US$ 500 mil para recrutar pessoas e organizar o atentado.
Membros do Hezbollah. (Foto: Reprodução/Mahmoud Zayyat/AFP).
Alerta do FBI e auxílio de Israel
Em 01 de novembro, o Federal Bureau of Investigation (FBI) informou o governo brasileiro sobre cidadãos suspeitos de cooperar com o grupo extremista Hezbollah para planejar ataques contra a comunidade judaica.
Após o alerta, a PF instaurou a Operação Trapiche para “interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país".
Com o apoio de agentes americanos do FBI e do serviço secreto israelense, as autoridades brasileiras cumpriram 11 mandados de busca e apreensão nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal e efetuaram a prisão dos suspeitos Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima.
Os brasileiros descendentes de libaneses já presos devem responder pelos crimes de constituir ou integrar uma organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo.
Foto destaque: Lucas Passos Lima, preso em novembro do ano passado suspeito de cooperar com o grupo extremista Hezbollah para planejar ataques contra a comunidade judaica. (Reprodução/TV Globo).