Na última terça-feira (5), o inverno na República Sakha, região na Sibéria ao sul do Círculo Polar Ártico, registrou temperaturas de até -58°C. Reportagem da Reuters revela o cotidiano da capital Yakutsk, a cidade mais fria do mundo, que atrai atenção global pelas estratégias de adaptação ao frio extremo. Estudos também mostram que o aquecimento global torna os eventos climáticos na região mais intensos.
Cidade mais fria do mundo tem 300 mil habitantes e atrai visitantes
Yakutsk, a cidade mais fria do mundo segundo estudo da Sociedade Meteorológica Americana de julho, está localizada no nordeste da Sibéria, à beira do rio Lena. A cidade é a capital e um centro cultural e econômico importante da República Sakha, também conhecida como Yakutia, uma divisão administrativa da Federação Russa. Na última terça-feira (5), a região enfrentou temperaturas de -58°C conforme reportagem da Reuters.
A infraestrutura da Yakutsk é adaptada para suportar o frio severo, com edificações especiais para lidar com o permafrost. No mercado local, peixes são vendidos ultracongelados ao ar livre.
“Eu vim para Yakutsk para experimentar o clima — tenho sorte, geralmente em dezembro você não consegue entrar”, disse a visitante Danila à Reuters. A reportagem também destaca a importância do movimento constante para manter o sangue circulando nas temperaturas extremamente baixas.
Árvore de Natal foi montada no final de novembro em Yakutsk, na Rússia (Foto: reprodução/TaigaPost)
Aquecimento global afeta o clima de Yakutsk
O estudo da Sociedade Meterológica Americana destaca a urgência de serem desenvolvidas estratégias apropriadas para reduzir o impacto das mudanças climáticas nas comunidades locais.
O clima em Yakutsk sofreu alterações significativas ao longo das últimas décadas, com um aumento da temperatura média anual em 0,5-0,7°C por década desde 1976.
Conforme artigo de A.N. Petrova, professora sênior no Instituto de Ciências Naturais da Universidade Federal do Nordeste (SVFU), essas mudanças refletem um padrão global de aquecimento e têm consequências diretas no derretimento do permafrost, liberando gases de efeito estufa e alterando ecossistemas locais.
Foto Destaque: Rua em Yakutsk (Reprodução/Bolot Bochkarev/RIA Novosti)