O aplicativo de mensagens Telegram se recusou a bloquear o canal do deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG). Em ofício enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, os advogados do aplicativo pediram que o bloqueio fosse reconsiderado e alegaram que decisões da Corte para a remoção do conteúdo estão sendo feitas com “fundamentação genérica” e de forma “desproporcional”.
Segundo apuração realizada pelo jornal O Globo, o ofício enviado pelos advogados classifica a ordem de bloqueio de perfil como censura e afirma que a punição “impede um espaço de livre comunicação para discursos legítimos, implicando em censura e coibindo o direito dos cidadãos brasileiros à liberdade de expressão”.
De acordo com o Telegram, não foi apresentada “qualquer fundamentação ou justificativa para o bloqueio integral” do perfil do deputado. Os advogados do aplicativo também afirmam que a decisão não é transparente e não identificou “os conteúdos específicos que seriam tidos por ilícitos”. O perfil de Nikolas na rede social já conta com quase 300 mil seguidores.
O Telegram alega que cumpriu as decisões do ministro Alexandre de Moraes referentes a outros três canais, dois deles do apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, e outro da influenciadora Paula Marisa. O ofício pede que o bloqueio integral de Nikolas seja reconsiderado e que existem providências “menos gravosas” que podem ser tomadas.
Bolsonaro com Nikolas (foto: DOUGLAS MAGNO/AFP)
Nikolas Ferreira foi eleito o deputado federal mais votado do Brasil, com 1.492.047 votos. Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o jovem de 26 anos defende pautas conservadoras e usa as redes sociais como principal forma de divulgação. O perfil do deputado no Instagram já conta com 3 milhões de seguidores. O deputado mineiro é formado em Direito e foi o segundo vereador mais votado em Belo Horizonte e coordena o movimento Direita Minas.
Foto Destaque: Ministro Alexandre de Moraes. Reprodução/Twitter