A Suprema Corte dos EUA está prestes a fazer história em breve com uma decisão que impactará diretamente milhões de americanos e o cenário das mídias sociais americanas ao acabar com a dinâmica há muito arraigada no popular aplicativo de vídeos curtos TikTok. Por sua vez, debates acalorados sobre sua possível proibição giram em torno de preocupações com a segurança nacional, liberdades digitais e impacto econômico.
O cenário atual
A atual controvérsia com o TikTok, que é de propriedade da empresa chinesa ByteDance, não é a primeira. Primeiramente, foi alegado que, passando pelo aplicativo, o governo chinês poderia acessar dados confidenciais de cidadãos americanos. Isso resultou em uma lei anti-TikTok ao nível estadual em Montana, cuja aplicação deu início a um impasse legal que eventualmente chegou à Suprema Corte.
Se a Suprema Corte mantiver essa lei, isso pode atrair mais estados e, eventualmente, uma proibição em todos os Estados Unidos. Isso também colocaria mais pressão sobre a ByteDance para vender o TikTok para uma empresa americana - algo que tem sido discutido há anos como solução para problemas de segurança.
Rede Social TikTok pode ser banida dos EUA (Foto: reprodução/helloimnik/unsplash)
Implicações sociais e econômicas
Com cerca de 150 milhões de usuários ativos somente nos EUA, o TikTok é muito mais do que uma rede social. Ele se tornou um espaço essencial para criadores de conteúdo, pequenas empresas e anunciantes alcançarem o público de forma eficaz. Para muitos, a plataforma é uma fonte direta de renda.
"Dependo do TikTok para promover meu trabalho como artista independente — um meio pelo qual ele se torna acessível ao mundo. Se for banido, não sei como alcançarei meu público", disse Sarah Parker, uma criadora de conteúdo na época com mais de 500.000 seguidores.
Por outro lado, aqueles que se opõem à proibição argumentam que ela empurraria realmente os criadores para outras plataformas já existentes — Instagram Reels e YouTube Shorts. Mas a perda de uma plataforma tão poderosa levanta sobrancelhas sobre a liberdade de escolha, bem como a adaptabilidade do mercado.
Uma decisão com implicações mundiais
Grupos de liberdades civis também se manifestaram contra ela, alertando que, se os EUA seguirem adiante com a proibição, isso poderia estabelecer um dos precedentes mais perigosos para a liberdade digital no país. “Hoje é o TikTok. Amanhã é outra plataforma. Eventualmente, pode ser qualquer outra plataforma. Qualquer outro meio de comunicação. Isso é perturbador para interesses políticos ou comerciais”, diz Harper, o advogado de direitos digitais.
O prazo final é no dia 19 de janeiro, o presidente eleito Donald Trump assume o cargo no dia 20 de janeiro, um dia após a lei entrar em vigor. Ele entrou com uma petição na Suprema Corte pedindo a suspensão da implementação da lei. O motivo dado é que ele gostaria primeiro de esgotar a busca por uma solução política que possa evitar uma decisão judicial real sobre o assunto nos EUA.
Rede Social TikTok (Foto: reprodução/Collabstr/unsplash)
O futuro do TikTok nos EUA
A Suprema Corte deve decidir sobre isso nos próximos meses. Tem todos os ingredientes de um julgamento histórico sobre questões relacionadas à tecnologia, soberania digital e segurança nacional. Mas apostas tão altas não significam nada para os usuários que estão esperando ansiosamente para saber se o aplicativo ao qual eles se acostumaram será arrancado de suas vidas.
Foto Destaque: Suprema Corte dos EUA pode banir o TikTok (Reprodução/Jonathan Kemper/unsplash)
