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Super El Niño: oceano bate recorde de calor e temperatura deve subir ainda mais

Desde o início do fenômeno, em junho deste ano, esta foi a temperatura mais alta registrada, causando um dos novembros mais quentes dos últimos 50 anos

28 Nov 2023 - 09h46 | Atualizado em 28 Nov 2023 - 09h46
Super El Niño: oceano bate recorde de calor e temperatura deve subir ainda mais Lorena Bueri

A temperatura das águas do Oceano Pacífico rompeu a marca de 2°C pela primeira vez desde 2016 e atingiu patamar de Super El Niño, de acordo o mais recente relatório da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), divulgado na última segunda-feira (27).

O monitoramento, feito semanalmente, mostra que houve uma alta de 2,1°C na região do Pacífico Equatorial Centro-Leste, local oficialmente usado pelos meteorologistas para fazer análises e previsões sobre o fenômeno, como avaliar a intensidade em que ocorrerá. De acordo com a NOAA, valores entre 2°C e 2,5°C caracterizam El Ninõ muito forte ou intenso.


Durante as últimas quatro semanas, temperatura da superfície do Oceano Pacífico estava acima da média (Foto: reprodução/NOAA/G1)


A última vez que o fenômeno ocorreu de forma tão intensa foi entre 2015 e 2016, quando os termômetros indicaram um aquecimento de 2,6°C. A elevação da temperatura para este ano, que já era esperada por especialistas, ocorreu por conta de fortes ventos de Oeste, responsáveis por levarem águas mais quentes para a região do Pacífico Centro-Leste.

Como classificar um Super El Niño

Não há um consenso entre climatologistas e meteorologistas sobre a definição de um Super El Niño: enquanto para alguns especialistas o Super El Niño acontece quando há elevação de mais de 2°C nas águas do Oceano Pacífico, outros defendem que a classificação vale a partir de temperaturas superiores a 2,5°C.

De forma geral, o El Niño é considerado fraco quando a anomalia varia de 0,5 até 0,9°C; moderado, entre 1,0°C e 1,4°C; de 1,5 até 2°C é considerado forte; e acima de 2°C é classificado como muito forte.

Há aqueles que acreditam que o termo "Super El Niño" confunde o entendimento e os impactos do fenômeno, como é o caso de José Marengo, climatologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Ele ainda faz um alerta: "Isso que está acontecendo agora é só uma amostra do que pode acontecer no futuro. E mostra como nós não estamos preparados para enfrentar esses eventos extremos".

Para Ana Lúcia Frony, meteorologista e sócio-fundadora do Climate Change Channel, este pode ser considerado um Super El Niño. Para ela, o fenômeno que ocorre agora não é somente o mais intenso no que se refere à temperatura, como também na relação de extensão do mar que está sendo atingida: “o maior em comparação aos demais anos da série histórica", analisa Fory para o G1.

Fenômeno ainda não chegou ao ápice


Gráfico indica que há mais de 55% de probabilidade da intensidade se manter até março de 2024 (Foto: reprodução/NOAA)


Apesar de intenso, o fenômeno ainda não atingiu o pico de temperatura, que é esperado entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. A tendência é que o El Niño perca a intensidade a partir de abril de 2024, segundo relatório da NOAA.  

Foto destaque: aquecimento global é um dos responsáveis pela elevação da temperatura das águas (Reprodução/Unplash/Ant Rozetsky)

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