Poucos dias após a Coreia do Norte testar um míssil balístico intercontinental de combustível sólido, os EUA decidiram enviar um submarino de mísseis balísticos para o litoral sul-coreano, mais precisamente em Busan. O movimento ocorre pela primeira vez em décadas.
A confirmação veio por parte do Ministério da Defesa do país na tarde desta terça-feira (18). O submarino da classe Ohio veio quando Kurt Campbell, coordenador para o Indo-Pacífico no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, participou da reunião inaugural em Seul do Grupo Consultivo Nuclear (NCG). EUA e Coreia criaram o NCG em Washington em abril.
Tensão entre Coreia do Norte, Coreia do Sul e EUA
O contexto da história segue a tensão que a Coreia do Norte iniciou quando lançou um míssil avançado de longo alcance e supôs que os EUA estavam espionando seu território e ameaçou abater aeronaves norte-americanas.
A irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, Kim Yo Jong, grande personalidade dentro da política norte-coreana, falou em um comunicado nesta segunda-feira (17), que a presença do submarino só afastará as negociações com Pyongyang. Ela ainda afirmou que a Coreia do Norte está pronta para enfrentar com firmeza qualquer tipo de violação para com a soberania do país.
Kim Yo-jong, irmã de Kim Jong-un e integrante da Comissão de Assuntos de Estado da Coreia do Norte (Foto: reprodução/PATRICK SEMANSKY/AFP/OGLOBO)
EUA e Coreia do Sul se fortalecem diante de ameaças norte- coreanas
Os submarinos da classe Ohio comportam até 20 mísseis balísticos Trident II. Segundo o Instituto James Martin Center for Nonproliferation Studies, a estimativa é que cada míssil Trident pode levar até quatro ogivas nucleares, o que significa que cada submarino de míssil balístico comporta cerca de 80 ogivas nucleares.
Após o encontro de Biden com o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, nos EUA em abril, a declaração de Washington incluía medidas firmes para fazer Pyongyang pensar duas vezes antes de tentar algum ataque a seu vizinho no sul da Coreia.
Na terça-feira, em uma declaração conjunta, eles afirmaram que as duas nações buscam manter a paz e estabilidade na Península Coreana. A reunião também acrescentou o fortalecimento da segurança e o compromisso dos EUA para com a Coreia do Sul.
Foto destaque: Yoon Suk Yeol e Joe Biden após reunião em Washington em abril. Reprodução/Kevin Lamarque/Reuters/G1