Desde o dia 9 de agosto, especialistas buscam entender o que aconteceu com o voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo, causando a morte de 62 pessoas. Neste domingo (19), o programa Fantástico apresentou fotos do sistema de degelo inoperante do avião da Voepass de 2023.
De acordo com a entrevista, se o sistema de aquecimento não funcionar e os pilotos não baixarem a altitude, luzes de alerta devem acender e os alarmes soar, além disso, o manche deve começar a tremer e ir para a frente sozinho, seguindo o comando da aeronave, o que faria com que ela ganhasse velocidade e perdesse sustentação. No entanto, o ATR 72-500 da Voepass não conseguiu ativar corretamente o sistema que deveria proteger o avião.
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— Fantástico (@showdavida) August 11, 2024
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Avião da Voepass caindo (Reprodução/X/@fantastico)
Em uma nota divulgada pela empresa aérea Voepass, foi informado que as falhas do sistema anti-gelo da PS-VPB, detectadas em julho de 2023, foram resolvidas. A empresa também afirma que os sistemas do voo 2283 estavam em perfeito estado.
Seis falhas no sistema
De acordo com relatos coletados pelo ‘O GLOBO’, o sistema de degelo da aeronave Voepass ATR 72-500 apresentou problemas seis vezes apenas em julho de 2023. Segundo essas informações, foi orientado que a empresa não voasse com o avião para o Sul, para evitar condições climáticas adversas, mas as orientações não foram seguidas.
Um responsável pela manutenção em Ribeirão Preto afirmou que no dia 13 de julho de 2023, a aeronave apresentou problemas em seu sistema de degelo e orientou que a Voepass não mandasse o avião para o Sul. Sua recomendação não foi atendida e, em Porto Alegre, a manutenção encontrou problemas no mesmo sistema de degelo, além de o limpador de para-brisa estar quebrado.
O que os estudos apontam
Estudos feitos pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (LAPIS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) indicam que o ATR 72-500 enfrentou condições meteorológicas severas por aproximadamente 10 minutos antes de cair na cidade de Vinhedo. Os estudos apontam que o avião já entrou na área com uma alta formação de gelo, nuvens altas e congeladas e ventos de 60 a 70 km/h.
Foto Destaque: Avião da Voepass (Reprodução/Miguel Schincariol/AFP)