Nesta sexta-feira (6), Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicou uma nota em que afirma ter pedido ao presidente Lula (PT) que o demitisse após denúncias de assédio sexual virem à tona. Segundo Silvio, sua saída seria para garantir isenção nas investigações. O portal "Metrópoles" publicou que o ex-ministro foi denunciado por episódios de assédio ocorridos em 2022, incluindo acusações feitas pela ministra Anielle Franco. Silvio Almeida nega as alegações e pede rigor na apuração.
Denúncias e demissão de Silvio Almeida
Segundo divulgado pelo site de notícias 'Metrópoles', em reportagem do jornalista Guilherme Amado na última quinta-feira (05), a ONG 'Me Too' recebeu diversas denúncias sobre supostos episódios de assédio sexual que teriam sido praticados no ano passado pelo ex-ministro do MDHC. Segundo tais denúncias, entre as mulheres assediadas por Silvio Almeida está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A ONG Me Too, em nota, confirmou as acusações contra o ex-ministro. O presidente Lula oficializou o desligamento de Silvio Almeida nesta sexta-feira (06).
Nota do ex-ministro Sílvio Almeida (Reprodução/Instagram/@silviolual)
Silvio Almeida nega acusações
Em sua nota de saída, Silvio Almeida disse: “Nesta sexta-feira (6), em conversa com o presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, disse o ex-ministro.
Almeida reafirmou sua inocência e destacou que vê o processo como uma oportunidade para se defender. A nota ainda trouxe sua visão sobre o período à frente da pasta, o que ele classificou como avanços significativos, mas alertou que as conquistas podem estar em risco. Ele reiterou seu compromisso com as investigações e que segue sendo o maior interessado na conclusão delas.
Nota da Ministra Anielle Franco (Reprodução/Instagram/aniellefranco)
Anielle Franco fala sobre culpabilização das vítimas
Após a saída de Silvio Almeida, a ministra Anielle Franco também se manifestou em suas redes sociais. Mesmo sem diretamente citar o ex-ministro, ela criticou as tentativas de desqualificar as vítimas envolvidas nas denúncias: "Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência", disse a ministra do MIR. Anielle ressaltou também "a ação contundente do presidente Lula" e agradeceu as manifestações de apoio e solidariedade recebidas. Na nota, ela ainda pede que lhe reservem o direito à privacidade e afirmou que seguirá contribuindo com as apurações sempre que for acionada.
O presidente Lula ainda não anunciou quem assumirá a pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania. Interinamente, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, acumulará as funções. Segundo a coluna de Lauro Jardim, de 'O Globo', Felipe Freitas, que esteve à frente da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Governo da Bahia e tem seu nome muito ligado aos petistas Rui Costa e Jaques Wagner, é um dos principais cotados para assumir a pasta.
Foto Destaque: O ex-ministro Silvio Almeida fala no senado (Reprodução/Instagram/@silviolual)