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Silvio Almeida afirma em nota ter pedido a Lula que o demitisse

O ex-ministro dos Direitos Humanos, acusado de assédio sexual, afirmou ter pedido afastamento para garantir imparcialidade nas investigações

07 Set 2024 - 10h35 | Atualizado em 07 Set 2024 - 10h35
Silvio Almeida afirma em nota ter pedido a Lula que o demitisse Lorena Bueri

Nesta sexta-feira (6), Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicou uma nota em que afirma ter pedido ao presidente Lula (PT) que o demitisse após denúncias de assédio sexual virem à tona. Segundo Silvio, sua saída seria para garantir isenção nas investigações. O portal "Metrópoles" publicou que o ex-ministro foi denunciado por episódios de assédio ocorridos em 2022, incluindo acusações feitas pela ministra Anielle Franco. Silvio Almeida nega as alegações e pede rigor na apuração.

Denúncias e demissão de Silvio Almeida

Segundo divulgado pelo site de notícias 'Metrópoles', em reportagem do jornalista Guilherme Amado na última quinta-feira (05), a ONG 'Me Too' recebeu diversas denúncias sobre supostos episódios de assédio sexual que teriam sido praticados no ano passado pelo ex-ministro do MDHC. Segundo tais denúncias, entre as mulheres assediadas por Silvio Almeida está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A ONG Me Too, em nota, confirmou as acusações contra o ex-ministro. O presidente Lula oficializou o desligamento de Silvio Almeida nesta sexta-feira (06).


Nota do ex-ministro Sílvio Almeida (Reprodução/Instagram/@silviolual)


Silvio Almeida nega acusações

Em sua nota de saída, Silvio Almeida disse: “Nesta sexta-feira (6), em conversa com o presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, disse o ex-ministro. 

Almeida reafirmou sua inocência e destacou que vê o processo como uma oportunidade para se defender. A nota ainda trouxe sua visão sobre o período à frente da pasta, o que ele classificou como avanços significativos, mas alertou que as conquistas podem estar em risco. Ele reiterou seu compromisso com as investigações e que segue sendo o maior interessado na conclusão delas.


Nota da Ministra Anielle Franco (Reprodução/Instagram/aniellefranco)


Anielle Franco fala sobre culpabilização das vítimas

Após a saída de Silvio Almeida, a ministra Anielle Franco também se manifestou em suas redes sociais. Mesmo sem diretamente citar o ex-ministro, ela criticou as tentativas de desqualificar as vítimas envolvidas nas denúncias: "Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência", disse a ministra do MIR. Anielle ressaltou também "a ação contundente do presidente Lula" e agradeceu as manifestações de apoio e solidariedade recebidas. Na nota, ela ainda pede que lhe reservem o direito à privacidade e afirmou que seguirá contribuindo com as apurações sempre que for acionada.

O presidente Lula ainda não anunciou quem assumirá a pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania. Interinamente, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, acumulará as funções. Segundo a coluna de Lauro Jardim, de 'O Globo', Felipe Freitas, que esteve à frente da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Governo da Bahia e tem seu nome muito ligado aos petistas Rui Costa e Jaques Wagner, é um dos principais cotados para assumir a pasta.

Foto Destaque: O ex-ministro Silvio Almeida fala no senado (Reprodução/Instagram/@silviolual)


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