Cento e vinte e três municípios de Minas Gerais enfrentam atualmente uma situação crítica devido à prolongada seca, com destaque para a região norte, onde não há chuvas regulares há quase um ano. O cenário de escassez de água tem impactado severamente a vida rural, com prejuízos expressivos nas atividades agrícolas e na pecuária.
Desafios na pecuária e migração populacional
A situação tem levado produtores a percorrer longas distâncias em busca de alimento para o gado. Muitas fazendas já não dispõem mais de recursos alimentares adequados. Em Pai Pedro, por exemplo, a população está em declínio, com uma redução de quase 6,5% desde o Censo de 2010. Produtores locais têm optado por vender seus rebanhos, fonte de renda, para evitar a perda dos animais.
Seca no norte de Minas (Foto: reprodução/G1)
Ações governamentais e projeções climáticas
Diante dos desafios, o governo de Minas Gerais tem tomado medidas para mitigar os impactos da seca, incluindo a distribuição de mais de 10 mil cestas básicas, a aquisição de cisternas e a recuperação de poços utilizados pelos moradores. A seca já afetou a vida de 326 mil produtores rurais, resultando em prejuízos de R$ 1,8 bilhão, segundo dados da Emater-MG.
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais também tem desempenhado um papel crucial. Medidas como a destinação de recursos, assistência técnica e emissão de laudos de perdas estão sendo adotadas. Na última sexta-feira (22), o governo autorizou a Emater-MG a investir R$ 2 milhões na aquisição de sementes de feijão, visando beneficiar agricultores familiares nas áreas afetadas pela seca.
Segundo a meteorologia, dois fatores principais contribuem para a atual situação: o aquecimento global e o fenômeno El Niño. A expectativa é que, a partir de janeiro, o El Niño enfraqueça, e as chuvas aumentem entre 30 a 40%, aliviando a seca nas regiões norte, nordeste e leste do estado.
Foto Destaque: Seca no norte de Minas (Reprodução/G1)