Nesta quinta-feira (23), o governador de São Paulo Tarcisio de Freitas (Republicanos), divulgou, no Palácio dos Bandeirantes, a implementação de um Centro de Operações de Emergência (COE). O espaço será destinado ao combate e proliferação do Aedes aegyt, responsável pela transmissão de dengue, Zika e Chikungunya. A decisão é em resposta ao número de casos em crescimento no estado.
Durante o anúncio, Tarcisio informou o repasse de R$228 milhões a municípios para suprimir o surgimento de arboviroses no estado. Segundo ele, o primeiro desafio do ano é o enfrentamento à dengue. “Só teremos sucesso se fizermos juntos o que tem que ser feito”, reforçou.
Nesta época do ano, o clima é o primeiro ponto de alerta para multiplicação do vetor causador da dengue. O segundo, conforme afirma Tarcisio, é surgir uma variação por reincidência devido ao alto número de casos em 2024. Por último, é conscientizar o cidadão e a prefeitura a fazer sua parte.
Presente no comunicado, o secretário estadual de saúde, Eleuses Paiva, reforçou a necessidade da ação conjunta e planos aplicados. “Desde o ano passado, adotamos uma série de medidas de combate à doença. Além da antecipação do valor recorde do Incentivo à Gestão Municipal do SUS Paulista, vamos adquirir outros 100 novos equipamentos de nebulização portátil”, ressaltou.
Prefeitura de São Paulo no combate à dengue (Vídeo: Reprodução/Instagram/@saudeprefsp)
Dengue em números em São Paulo
Desde o início de 2025, São Paulo acumula 29.604 casos de dengue espalhados por 31 municípios, além de seis mortes confirmadas e quase 64 mil casos prováveis. Em relação ao último ano, esses números representam uma crescente de 23%. Atualmente, o estado está posicionado como emergência ativa.
Ação 'Dengue 100 dúvidas' da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo (Foto: Reprodução/Flickr-Incorporado/Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)
Butantan inicia produção da vacina da dengue
As primeiras doses da vacina contra a dengue começaram a ser produzidos pelo Instituto Butantan. O anúncio foi feito pelo diretor da entidade, Esper Kallás, durante o evento de inauguração do COE. O Ministério da Saúde já expressou interesse, porém precisa aguardar as discussões sobre a política de uso e avaliação feita pela Anvisa.
Segundo Kallás, em 2025 “vai ser difícil” conter toda a propagação do vírus com apenas 1 milhão de imunizantes disponíveis. De qualquer maneira, o governador paulistano afirmou não ter distribuições de doses agora, apenas em 2026, quando a vacina será produzida em maior escala.
“O Butantan está fazendo esforços para disponibilizar oferta com mais velocidade, mas, de qualquer maneira, isso não vai acontecer em 2025”, contou. A previsão para distribuição da vacina nacional de dose única pelo SUS é de 60 milhões em 2026, e 40 milhões no ano seguinte.
Atualmente, o Brasil conta com uma campanha de imunização pelo Ministério da Saúde. A vacina japonesa Qdenga é aplicada em duas doses, disponível para quem possui entre 10 e 14 anos.
Foto destaque: Governador de São Paulo no lançamento do Centro de Operações de Emergência (Reprodução/Flickr/Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)