No dia 19 de abril dessa terça-feira, a comunidade indígena movimentou diversas comunidades, aldeias e grupos que fazem parte do meio, para mostrar a realidade de muitos povos que não são bem vistos e representados perante a sociedade. Além da falta de representatividade no conhecido “Dia do Índio”, muitos líderes vieram a público pedindo preservação das suas terras e de seus costumes.
O “dia do índio” é um termo que muitos dos líderes consideram ofensivo, pois não há nada para comemorar nesse dia. A real nomenclatura usada para o dia 19 de abril é “Dia de Luta e Resistência dos Povos Indígenas”, que se refere a luta, cultura, honra e folclore de uma população de 13% dos nascidos em terras brasileiras.
Indígena em sinal de protesto. (Foto: Reprodução/Estadão Conteúdo)
A data 19 de abril foi marcada como a primeira participação direta de indígenas brasileiros no Congresso Indigenista Interamericano, onde nos primeiros eventos, muitos líderes de aldeias e grupos ficaram com medo de serem manipulados em um marco e evento tão importante. Portanto, o dia 19 foi estabelecido pelo o congresso como data comemorativa das lutas indígenas por toda América.
Com a data oficializada no Brasil por Getúlio Vargas, o decreto de número 5.540 de 2 de junho de 1943 aponta que os indígenas e o povo brasileiro foram responsáveis por estabelecer e contribuir na comunidade e nos costumes no Brasil, tendo em vista que suas práticas, costumes e ideais fossem respeitas de tal modo.
Protesto com frases de "fora garimpo", "fora grilagem" e outras mensagens de protesto. (Foto: Reprodução/Estadão Conteúdo)
O Cacique Almir Suruí pai de Txai Suru que participou do evento da COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em entrevista à CNN não poupou palavras para mostrar o descaso que deputados, senadores e ministros vêm tendo com a comunidade indígena.
“Não temos nada a comemorar nesse dia, porque ainda continuamos cheios de problemas, como invasões das terras indígenas, ameaças de mineradoras, governo usando discurso de ódio contra a nossa riqueza, que é o meio ambiente," afirma. "e os nossos direitos de povos indígenas no Brasil”.
“Então, o Dia do Índio, para nós, não tem nada o que comemorar. A gente tem que lutar. É um dia de resistência em defesa do direito coletivo dos povos indígenas do Brasil”, Suruí declara.
Foto destaque: Indígenas do acampamento Luta pela vida. Reprodução/MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/Estadão Conteúdo