Foi divulgado nesta semana um relatório preliminar sobre a tragédia do avião da Voepass, que não deixou sobreviventes após cair na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo.
De acordo com a Aeronáutica, um tripulante havia avisado que, durante a subida, o sistema de degelo (que infla e expulsa o gelo das asas) estava com problemas. Após 17 minutos atrás, o piloto do avião acionou o sistema de nível três, e um tripulante informou que o dispositivo estava com defeito. Depois de 46 minutos, o sistema de descongelamento foi desligado.
O piloto voltou a acionar o dispositivo 1h02min depois, e, nesse momento, o sensor que alerta sobre o acúmulo de gelo emitiu cinco sinais.
Entendido o caso
Novos alertas surgiram quando o avião se aproximava de São Paulo. O primeiro foi de velocidade baixa, comprometendo a sustentação da aeronave. Em seguida, houve um aviso sobre a manipulação do desempenho do avião devido à queda acentuada da velocidade. O voo ATR continua perdendo altitude, caindo 17 mil pés. As hélices não foram recebidas para girar mais rápido. O comandante chegou a solicitar uma descida para uma altitude mais baixa, mas para um procedimento de aproximação, não de emergência. Quando faltavam apenas 10 minutos para o pouso, o sistema para expulsar gelo foi religado.
ATR em Vinhedo (Reprodução/Miguel Shincario/ Getty Images Embed)
De acordo com o piloto Diego Amaro, que possui 6 mil horas de voo em um ATR, afirma que se houvesse algum problema, os pilotos teriam percebido. “Eles devem ter recebido alguma informação errada; algum sistema estava inoperante. Talvez, tenhamos uma indicação clara de que algo muito grave estava acontecendo, declaramos emergência e descido sem problema.”
No entanto, o gelo continuou a se acumular, e, na parte final da rota, o avião já demonstrava falta de sustentação. Mesmo após vários alertas e alarmes, o voo segue o procedimento normal de pouso. Quando o controle de tráfego aéreo autorizou uma curva à direita, o ATR perdeu sustentação.
Relatório final
As perguntas sem respostas sobre a tragédia podem durar meses, já que o relatório final sobre a queda do avião da Voepass só deve ser divulgado daqui a um ano.
Foto Destaque: Queda do ATR (Reprodução/Nelson Almeida/Getty Images Embed)