O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, declarou neste domingo (12) que o Reino Unido é contra a ideia da ofensiva terrestre de Israel na cidade de Rafah, na parte sul da Faixa de Gaza, porém é enfático ao afirmar que suspender as vendas de armas aos israelenses serviria para fortalecer o Grupo Hamas.
O Reino Unido vinha sendo pressionado a se pronunciar após na última semana os Estados Unidos terem suspendido a venda e o envio de bombas a Israel sob o pretexto de que elas seriam usadas contra civis em Rafah. Em abril, após a morte de três britânicos por um ataque israelense ao comboio de ajuda humanitária, houve protestos internos pressionando o governo a se manifestar.
A declaração de Cameron
David Cameron, atual ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, afirmou que trabalha todos os dias para que chegue em Gaza toda a ajuda humanitária possível e que está fazendo o máximo possível para pressionar o Hamas para que liberte todos os reféns, incluindo os cidadãos britânicos.
O ministro também disse que não é sensato deixar de vender e fornecer armas para Israel pois isso estaria fortalecendo o Hamas, contrariando a posição dos Estados Unidos que na última semana declararam que iriam suspender o envio de bombas para Israel caso decidissem por invadir a cidade de Rafah, onde há milhares de civis, por terra.
Campos de refugiados em Rafah na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ahmad Salem/Bloomberg)
Reino Unido diverge dos EUA
Cameron afirmou que ao contrário dos estadunidenses, o Reino Unido fornece apenas 1% de armas para Israel, diferenciando dos Estados Unidos que são os maiores vendedores e fornecedores de armas para a defesa israelense. Para o ministro, a posição entre os dois países nessa questão é incomparável devido ao poderio bélico dos EUA.
Os maiores fornecedores de armas para Israel são os Estados Unidos, seguidos da Alemanha, Itália, Canadá e depois o Reino Unido. Os Alemães também são pressionados a suspender o envio de armas e se posicionar contra a invasão terrestre de Rafah pelo exército israelense.
Rafah é uma cidade ao sul da Faixa de Gaza e há milhares de refugiados que fugiram de suas casas do norte após o início das incursões israelenses no território contra o Hamas em outubro de 2023. A preocupação internacional se dá por conta dos civis e um potencial risco de que haja mortes destes, caso Israel inicie uma ofensiva terrestre na região.
Foto Destaque: David Cameron é o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido (Reprodução/GettyImagesEmbed/Henry Nicholls/AFP)
