Nesta temporada de seca extrema, as queimadas por todo o país têm alcançado níveis históricos, fazendo com o que o mundo, se virasse para nós. Fato como o ocorrido na última semana, onde uma cortina de fumaça encobriu boa parte das capitais brasileiras, sendo vista, inclusive, por satélite (DSCOVR) da Nasa.
Seca recorde e seus efeitos
Essa alarmante situação vivenciada pelos brasileiros assuntou muita gente, que além de todos os malefícios já conhecidos para a saúde, ainda tiveram que lidar com o fenômeno da chuva preta. Fenômeno gerado pelo encontro das partículas grossas de fumaça com as nuvens de chuva, o que resulta no escurecimento da água. Os principais afetados por esse fenômeno ambiental foram os moradores dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Seca extrema compromete vida de milhares de animais (Fonte: reprodução/Aizar RALDES/Getty Images Embed)
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, a seca recorde, que atinge 58%, concentra-se principalmente nos biomas do Pantanal, Cerrado e o Amazônico e naturalmente favorece os focos de incêndio. Recentemente em um debate no senado, a responsável pela pasta de meio ambiente, a Ministra Marina Silva salientou que a “a combinação de temperaturas altas, a baixa precipitação e um processo interno de evapotranspiração criam um ciclo vicioso, o que torna o bioma mais seco e sensível aos efeitos do fogo”.
Fogo que nem sempre é “natural”
Mesmo com um ambiente favorável à sua propagação, as queimadas vistas e noticiadas em todo o mundo não se restringem às causas naturais. Ao olharmos para a região amazônica, por exemplo, logo podemos observar que devido as características de seu bioma, que é mais úmido, o fogo “natural” enfrentaria grandes dificuldades em tonar-se de grandes proporções como os vistos atualmente.
Incêndio Florestal ( Foto: reprodução/Carl de Souza/Getty Images Embed)
Temos ainda as questões apontadas pelo delegado da Polícia Federal Humberto Freire em uma recente entrevista ao canal Globo News. Freire salienta a atividade humana como principal gerador dessas queimadas históricas no país, ao afirmar que muitos incêndios começaram simultaneamente e que há indícios de que ocorreram ações coordenadas, ponto este que está sendo investigado.
Tanto os governos estaduais quanto o federal vêm tentando controlar essa crise ambiental. Nesta última quinta-feira (17), em sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Flávio Dino estabeleceu algumas diretrizes a serem tomadas pelos 10 maiores estados afetados. Os respectivos governantes deverão providenciar um minucioso relatório da situação enfrentada e também observar as suas possíveis causas. O ministro autorizou ainda a emissão de créditos que não impactarão as metas fiscais, ou seja, permitirão a entrada de recursos financeiros sem impactar os balanços dos estados beneficiados.
Foto Destaque: Incêndio Florestal na Amazônia (reprodução/AFP/Lourival Izaque/Getty Images Embed)