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Projeto de usina em Fortaleza gera ameaça à internet brasileira e desafia operadoras

Para resolver problemas de abastecimento da água, uma usina de dessalinização da água do mar será construída. A Anatel é contra, o que tem causado atrasos no cronograma

29 Set 2023 - 13h20 | Atualizado em 29 Set 2023 - 13h20
Projeto de usina em Fortaleza gera ameaça à internet brasileira e desafia operadoras Lorena Bueri

O governo do estado do Ceará está a favor da construção de uma usina de dessalinização da água do mar da Praia do Futuro, em Fortaleza, visando solucionar questões crônicas de fornecimento de água na região. Caso o cronograma seja seguido, a previsão de entrega da usina será 2025. Entretanto, essa proposta entra em conflito direto com os interesses das empresas de telecomunicações, que estão preocupadas com a possibilidade de que a infraestrutura necessária para a usina possa danificar os cabos submarinos responsáveis por manter a conectividade com a internet em todo o país. 

A Praia do Futuro, um destino muito apreciado tanto pelos habitantes locais quanto pelos turistas, esconde debaixo de suas águas um conflito de grande magnitude, com implicações de alcance nacional. Enquanto os visitantes desfrutam da vista do mar, poucos têm ciência da batalha que se desenrola abaixo da superfície, a qual pode afetar profundamente todo o Brasil.

O conflito

Fortaleza é pioneira no Brasil ao receber cabos de fibra óptica europeus, proporcionando uma conexão de alta velocidade com a internet. A proximidade geográfica da capital cearense com a Europa, a cerca de seis mil quilômetros de distância, é o principal motivo para esse feito. A partir de Fortaleza, os cabos se estendem para o Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), esses cabos são responsáveis por 99% do tráfego de dados no país. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou que Fortaleza é essencial para a interconexão do Brasil com o restante do mundo.

A ruptura desses cabos teria um impacto devastador, resultando em uma desconexão completa ou significativamente lenta da internet em todo o país. Consciente desse risco, a Anatel emitiu uma recomendação contrária à instalação do projeto da usina de dessalinização, o que efetivamente interrompeu o progresso do empreendimento. Como resultado, a entrega da usina agora enfrenta um atraso de pelo menos seis meses em relação à previsão original de início das operações em 2025.

A usina

O projeto da usina de dessalinização é liderado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e prevê um aumento de 12% na oferta de água para a Grande Fortaleza. O edital para sua realização foi vencido pelo Consórcio Águas de Fortaleza, com um investimento estimado de R$ 3,2 bilhões.


Croqui da usina da Cagece (Foto: reprodução/O POVO+)


Para mitigar os receios das empresas de telecomunicações, a Cagece ampliou a distância entre os cabos e outras infraestruturas, passando de 40 para 500 metros, contornando a área do projeto da usina. A empresa afirma que, conforme o projeto atual, a usina "não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos na Praia do Futuro". Despesas adicionais de cerca de R$ 35 a R$ 40 milhões foram aplicadas para realizar essas alterações.

A expectativa da Cagece é que a Anatel reavalie sua posição, permitindo assim que o projeto da usina de dessalinização continue sem mais entraves. Essa batalha subaquática, que opõe a necessidade de água potável ao acesso à internet, continua a desenrolar-se na Praia do Futuro, aguardando uma resolução que satisfaça ambas as partes envolvidas.

Foto Destaque: Praia do Futuro. Reprodução/Dicas do Nosso Brasil.

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