A audiência na qual o príncipe Harry e outras 100 personalidades processam uma editora de tabloides, por supostas invasões de telefones e comportamentos ilegais, entre 1991 e 2011, estava agendada para esta segunda-feira (05) na Alta Corte de Londres. No entanto, Harry não compareceu e adiou sua participação para amanhã, terça-feira (06).
Harry entra para a história ao se tornar o primeiro membro da realeza a depor em um tribunal em 130 anos. Antes dele, apenas o rei Edward, em 1890, prestou um depoimento em um processo de difamação durante um jogo de cartas.
Príncipe Harry (Foto: Reprodução/Getty Images/Karwai Tang)
Essa audiência faz parte de um grande processo que envolve mais de 100 personalidades processando o grupo de comunicação britânico Mirror Group Newspapers (MGN), editora do Daily Mirror e Sunday People.
O advogado de Harry, David Sherborne, informou ao juiz do caso que Harry havia participado do aniversário de sua filha Lilibet e que viajou de sua casa em Los Angeles no domingo, mas não estava disponível para depor hoje.
O juiz Timothy Fancourt mostrou surpresa com a ausência do príncipe. O advogado do MGN acusou Harry de estar desperdiçando o tempo do tribunal.
O CASO
Em 10 de maio, o Daily Mirror, um tabloide britânico, emitiu um pedido de desculpas ao príncipe Harry, após ter sido revelado em documentos judiciais que eles ordenaram a coleta ilegal de informações. As publicações são acusadas de acessar regularmente informações privadas por meio de hackers, fraudes e outros métodos ilícitos entre 1991 e 2011.
O Mirror Group Newspapers está contestando as alegações, argumentando que algumas foram feitas tarde demais e negando a maioria delas, incluindo a afirmação de que não há evidências de que Harry tenha sido vítima de hacking. O grupo nega que qualquer pessoa importante tenha tido conhecimento de atividades ilegais.
Em documentos apresentados ao Supremo Tribunal de Londres, o MGN admitiu ter contratado um investigador particular para reunir provas ilegalmente sobre Harry em uma boate de Londres em 2004.
No tribunal, o advogado David Sherborne, representante de Harry, expressou sua preocupação com os métodos descaradamente ilegais utilizados pela parte acusada para obter detalhes sobre a vida pessoal do príncipe, além de suas obrigações reais, descrevendo essas práticas como extremamente assustadoras.
Foto destaque: Príncipe Harry. Reprodução/ PHIL NOBLE / POOL / AFP