Uma mobilização intensa está ocorrendo no Congresso norte-americano, visando forçar a ByteDance, empresa chinesa proprietária do TikTok, a vender o aplicativo de rede social ou enfrentar a ameaça de ser banida dos Estados Unidos. A urgência dessa medida foi destacada pela marcação da votação para sábado (20) pela Câmara dos Deputados e pelo apoio público de uma senadora democrata à proposta.
A inclusão dessa medida em um pacote legislativo de US$ 95 bilhões de ajuda a aliados, como a Ucrânia e Israel, representa um avanço significativo em uma pauta que vem sendo defendida há meses pelo governo, especialmente pelos republicanos que controlam a Câmara dos Deputados.
O novo texto proposto estipula um prazo de um ano para que a ByteDance se desfaça do TikTok, em contraste com a versão anterior, que concedia à empresa apenas seis meses para essa transação. O respaldo da presidente da Comissão de Comércio do Senado, Maria Cantwell, aumenta consideravelmente as chances de aprovação desse projeto.
Ainda sobre a segurança nacional
As preocupações em relação à segurança nacional têm sido o motor por trás dessa movimentação legislativa. Muitos congressistas, assim como o governo do presidente Joe Biden, argumentam que o TikTok representa uma ameaça devido à possibilidade de a China exigir o compartilhamento de dados dos 170 milhões de usuários norte-americanos.
Congresso dos EUA faz pressão para vender o TikTok (Fonte: Reprodução/Getty Image/Chip Somodevilla)
Por sua vez, a ByteDance tem defendido sua posição, afirmando categoricamente que nunca compartilhou dados dos EUA e que não o fará no futuro. A extensão do prazo para a venda do aplicativo, conforme destacado por Cantwell, visa garantir tempo suficiente para que um novo comprador possa fechar um acordo satisfatório.
Posicionamento do TikTok
Entretanto, o TikTok expressou sua desaprovação em relação à maneira como a Câmara dos Deputados está tratando a questão, argumentando que a inclusão desse projeto em um contexto de assistência externa e humanitária é questionável. A empresa alerta que os limites impostos ao aplicativo poderiam violar o direito dos usuários norte-americanos à liberdade de expressão, protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, afetando também milhões de empresas que utilizam a plataforma no país.
À medida que o debate se intensifica no Congresso dos EUA, resta aguardar para ver como essa batalha entre interesses de segurança nacional e liberdade de expressão será resolvida. O futuro do TikTok nos Estados Unidos está pendente de uma decisão legislativa crucial.
Foto destaque: (Reprodução/Getty Images/Olivier Douliery)