Pela primeira vez, o presidente da companhia aérea envolvida na tragédia em Vinhedo (SP) nesta sexta-feira, 09/08, falou sobre o acidente e prestou solidariedade aos familiares das vítimas. O comandante José Luiz Felício Filho afirmou que a empresa segue as melhores práticas internacionais de segurança. Felício disse que todos os familiares serão assistidos com acompanhamento psicológico e garante assistência em tudo mais que for necessário.
Comandante José Luiz Felício Filho
A companhia aérea, anteriormente conhecida como Passaredo, foi fundada em 1995 e passou a se chamar Voepass em 2019, após alguns processos e ações judiciais. O fundador da companhia faleceu em 2023, e José Luiz Felício Filho lidera a empresa desde 2002, quando seu pai transferiu o controle para ele. Felício é piloto há mais de 30 anos e é responsável pelo crescimento e sucesso da companhia aérea.
Pela primeira vez Felício se pronunciou sobre a tragédia ocorrida em Vinhedo–SP na última sexta-feira 09/08, ele reforçou que a empresa segue todas as medidas de segurança necessárias, expressou solidariedade com os familiares das vítimas e afirmou que a companhia aérea está oferecendo ajuda em tudo que for necessário, incluindo hospedagem, translado, alimentação, tratamento psicológico e outras assistências. "Como presidente e cofundador desta empresa, estou aqui para expressar o nosso profundo pesar por este momento difícil para todos nós da família Voepass. Toda a nossa equipe está dedicada a garantir assistência irrestrita aos familiares das vítimas. Estamos fazendo todos os esforços logísticos e operacionais para que eles recebam nosso total apoio neste momento.”, falou o comandante aréo, José Luiz Felício Filho.
Foto de um avião da Voepass saindo doa aeroporto (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIO/Getty Images Embed)
Sobre o acidente e informações sobre o avião
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a possibilidade de um estol — que ocorre quando a aeronave perde a sustentação necessária para voar, conforme especialistas. O voo da Voepass decolou às 11h56 e seguiu tranquilo até 13h20. O avião alcançou 5 mil metros de altitude às 12h23 e manteve essa altitude até 13h21, quando começou a perder altitude. Às 13h22, a altitude havia caído para 1.250 metros, uma redução de cerca de 4 mil metros, com uma velocidade de queda de 440 km/h. A aeronave fez uma curva brusca nesse período.
A partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo e não declarou emergência ou relatou condições meteorológicas adversas. O "Salvaero" foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada em um condomínio. A aeronave envolvida no acidente é um ATR-72-500 da Voepass, um turboélice fabricado pela ATR, com sede na França. O modelo possui 74 assentos e está equipado para operar em aeroportos de pista curta e de difícil acesso, sendo amplamente utilizado no Brasil e na Ásia.
Informações técnicas do ATR-72-500:
- Número de Assentos: 74
- Velocidade Máxima: 511 km/h
- Comprimento e Envergadura: 27 metros cada
- Altura: 7,65 metros
- Autonomia de Voo: 1.324 km
- Peso Máximo em Serviço: 7.000 quilos
O que sabe até o momento
O avião tinha 14 anos de fabricação e estava com toda a documentação em dia, assim como os tripulantes, que possuíam habilitação válida. Inicialmente, a Voepass informou que 61 pessoas haviam morrido após a queda do avião. Na manhã de sábado, 10/08, o número de mortes subiu para 62. Este é o maior acidente aéreo no Brasil em termos de número de vítimas desde 2007, quando um avião colidiu com um edifício em São Paulo ao tentar pousar. Contudo, em entrevista, o CEO da Voepass afirmou que todos os pilotos a bordo eram experientes e que todos os sistemas operacionais da aeronave estavam funcionando normalmente no momento da decolagem.
Foto destaque: Imagem divulgação do presidente Voepass (Reprodução/Voepass)