A Polícia Federal brasileira está programando uma visita aos Estados Unidos para intensificar as investigações relacionadas à venda de joias do acervo da Presidência da República pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A viagem, marcada para 25 de abril, incluirá diligências em cidades americanas como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York (NY). Durante essa operação, os agentes federais entrevistarão comerciantes e outras partes envolvidas no caso, contando com o apoio da agência americana para conduzir as ações.
Cooperação Internacional
O FBI iniciou a troca de informações ao enviar movimentações bancárias e documentos relacionados aos envolvidos na acusação. Em solo americano, os agentes da Polícia Federal brasileira serão acompanhados por policiais locais e agentes do FBI, utilizando a estrutura da própria agência para conduzir as investigações. No centro das investigações estão o Tenente-Coronel Mauro Cid e seu pai, General-Exército Mauro Lourena Cid, acusados de negociar e vender itens sauditas, além do Advogado Frederick Wassef, que readquiriu um dos itens mencionados na investigação supostamente a pedido do Ex-presidente. Além de Bolsonaro, Michelle (ex-primeira dama) e outros foram chamados para prestar esclarecimentos sobre os fatos. As investigações estão sob a responsabilidade do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, aperta a mão do príncipe herdeiro Saudita/Reprodução: (Foto JACQUES WITT/AFP via Getty Images Embed)
Posição da defesa do ex-presidente
A investigação teve início após a descoberta de que as joias presenteadas a Bolsonaro foram negociadas nos EUA a partir de junho de 2022. Enquanto isso, os advogados de Bolsonaro questionam a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para conduzir o caso, alegando violações dos direitos fundamentais na condução da investigação. Bolsonaro e Michelle foram intimados a depor em agosto de 2023, porém o casal foi orientado pela defesa a ficar em silêncio.
A investigação faz parte do inquérito das milícias digitais, iniciado e conduzido pelo Ministro Alexandre de Moraes. No mesmo inquérito, Bolsonaro é investigado por fraude no cartão de vacinação, suposta tentativa de golpe de estado e outros crimes.
Foto destaque: O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, faz uma declaração (Reprodução/EVARISTO SA/AFP/Getty Images Embed)