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Pesquisa registra queda no desmatamento da Amazônia em 2023

Segundo o Imazon, houve uma queda de 62% de derrubada do bioma e atingiu o melhor índice desde 2018; Além do desmatamento, conheça os impactos de outras atividades ilegais na região

23 Jan 2024 - 14h00 | Atualizado em 23 Jan 2024 - 14h00
Pesquisa registra queda no desmatamento da Amazônia em 2023 Lorena Bueri

Foi registrado uma queda de 62% em 2023 nos índices de desmatamento geral na Amazônia em comparação com 2022. O mapeamento da Imazon, que calcula a área total da floresta e não apenas os locais de proteção ambiental, identificou que esta foi a menor porcentagem registrada desde 2018. Em 2022, o território desmatado foi equivalente a 10.573 km², enquanto que no ano seguinte o índice caiu para 4.030 km². No entanto, a exploração vegetal continua representando uma média de 1,1 mil campos de futebol por dia. Entre os estados mais impactados estão Pará, Amazonas e Mato Grosso.

Enquanto o desmatamento foi controlado, a degradação ambiental acabou afetando o meio ambiente. Segundo o relatório, em dezembro 108 km² foram desmatados. Já o número territorial degradado foi equivalente a 1.050 km².

Terras indígenas 

O desmatamento também diminuiu nas Terras Indígenas (TI) se comparado aos índices de anos anteriores. Em 2023, o território devastado foi equivalente a 104 km², o que corresponde a uma queda de 52% se comparado a 2022, sendo esta a menor marca desde 2017. Apesar dessa redução geral, algumas TIs foram mais impactadas, como são os casos das comunidades Igarapé Lage, em Rondônia, e Waimiri Atroari, na divisa do Amazonas com Roraima, com um crescimento de 300% no desmatamento. Já o território povoado pelos Yanomami, apresentou um aumento de 150% no corte de árvores.

A TI mais impactada em 2023 foi a Apyterewa, com um território total de 13 km² desmatados. No entanto, este número representa uma redução de 85% em comparação com o ano de 2022, em que a área perdeu 88 km² do bioma.


Terra Indígena (TI) no Pará (Foto: reprodução/Paralaxis/Alamy Stock Photo/OpenDemocracy)


Unidades de conservação

A redução nas Unidades de Conservação (UC) foi ainda maior. Em 2022 a destruição atingiu uma área de 1.214 km². Já em 2023 o número foi de 282 km², o que corresponde uma queda de 77%, sendo este o menor registro desde 2014. As UCs são divididas, sendo algumas delas federais e outras estaduais. Nas regiões federais, o desmatamento passou 468 km², em 2022, para 97 km², em 2023, correspondendo a uma diminuição de 79%.


Unidades de Conservação são territórios naturais protegidos pelo Poder Público, de 2000 (Foto: reprodução/Bloomberg Creative/Getty Images/Bloomberg Creative Photos/Amazônia em Exames


Impacto da mineração

Enquanto o desmatamento apresenta um recuo, o cenário da mineração ilegal no Brasil tem se agravado nos últimos anos, revelando um aumento alarmante da atividade garimpeira em Territórios Indígenas (TI) e Unidades de Conservação (UC). Um recente relatório intitulado Destaques do Mapeamento Anual de Mineração no Brasil - 1985 a 2022: O Avanço Garimpeiro na Amazônia, produzido pelo Map Biomas, revela dados sobre a expansão anual desse setor.

Segundo o relatório, a área garimpada em Territórios Indígenas em 2022 foi 265% maior do que há cinco anos, com um aumento de 16 mil hectares. Além disso, a área garimpada em TIs e UCs no Brasil foi 190% maior em 2022 quando comparada a 2018. No que diz respeito à evolução da área garimpada em terras indígenas, em 2022 os territórios delimitados para os povos originários atingiram a marca de mais de 25 mil hectares ocupados pelas atividades ilegais do garimpo, considerando dados anuais desde 1985. Desses dados, as TIs com maior área de garimpo identificadas são as Kayapó (13,7 mil ha), Munduruku (5,5 mil ha), Yanomami (3,3 mil ha), Tenharim do Igarapé Preto (1 mil ha) e Sai-Cinza (377 ha).

Em 2022, ao menos 12% (36 mil ha) da área garimpada é ilegal, uma vez que se encontram dentro de terras demarcadas pela união com TIs e/ou UCs. Essa apropriação de terras indígenas para o garimpo acaba interferindo significativamente na qualidade de vida dos povos originários. Segundo uma pesquisa realizada pela Fiocruz em parceria com o WWF-Brasil, 90% dos indígenas que habitam regiões próximas ao garimpo ilegal apresentam taxas de mercúrio acima do considerado seguro no organismo. A contaminação pelo metal ocorre devido ao uso indiscriminado da substância na extração do ouro, que acaba poluindo os rios e ecossistemas locais, afetando diretamente a saúde das comunidades indígenas.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 85% das pessoas indígenas na América Latina trabalham de forma informal. Isso reflete a falta de oportunidades de trabalho para essas comunidades e o impacto do garimpo ilegal na economia informal das terras indígenas, muitas vezes resultando em exploração e degradação ambiental.

 

Foto destaque: as terras Yanomami ainda são fortemente afetadas com a destruição (Reprodução/Amanda Perobelli/Reuters/Nexo) 

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